Voz da Póvoa
 
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O NOVO MUNDO

O NOVO MUNDO

Opinião | 1 Agosto 2024

 

O capitalismo actual procura que os seres humanos se acomodem através da mentira, do cinismo, do embrutecimento ou de medicamentos a esta ordem de coisas. Fomos criados enquanto máquinas de sobrevivência.

O liberalismo erigiu como princípio que tudo deveria ser tolerado, que tudo pode ser pensado, desde que não tenha consequências directas na estrutura da sociedade, nas suas instituições e no poder do Estado.

A neutralização é a característica fundamental da sociedade neo-liberal. Os núcleos de neutralização- onde se requer que as emoções sejam contidas, onde todos têm que se conter são, por exemplo, as empresas, as discotecas, os locais de actividades desportivas ou até mesmo os centros culturais.

Porquê esta preferência, sempre acima de tudo, para "que nada se passe", para que nada aconteça capaz de provocar abalos muito profundos?

O normal, nas grandes cidades, é o isolamento de cada um no seu cubo privado. A questão essencial é suprimir a polícia e os governos.

A lógica de controle e castração está por todo o lado. O indivíduo é reduzido a um número, a um objecto, a uma mercadoria. A vida não se vive. E, no fundo, seria tão fácil derrubar este sistema horrendo, se muitos se levantassem e se revoltassem, em vez de estarem sempre a olhar para os ecrãs ou para o pontapé na bola. Basta não aceitar mais as ordens dos chefes, dos políticos, dos capitalistas, dos senhores dos ecrãs, dos imperialistas. Basta dizermos que o mundo é nosso, e não deles. Basta edificarmos o Novo Mundo.

António Pedro Ribeiro, Sociólogo, cronista, poeta e pensador… 

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