Não há diálogo possível com os capitalistas. Não há diálogo possível com os propagadores da miséria nem com o partido da morte. Só a afirmação da Vida pode levar ao Novo Homem.
A avidez financeira está por todo o lado, a vida é sacrificada no altar do lucro. Vivemos num mundo absurdo, correndo-se de apocalipse em apocalipse, como afirma Raoul Vaneigem, negando o desejo e a vida. A circulação de pessoas reduz-se a uma circulação de mercadorias.
Os governos e as grandes empresas fabricam accionistas, investem cada vez menos na produção de bens úteis à colectividade, desmantelam os serviços públicos, vendem a educação ao desbarato, sabotam os transportes públicos, negligenciam a habitação, desvalorizam as prestações de saúde.
Fazem-nos ficar especados em frente aos noticiários para nos portarmos bem até a crise chegar ao fim.
O dinheiro é o deus supremo, o único deus. Todos os negócios, todas as relações e sentimentos tendem a girar em torno dele. O dinheiro é a morte. O dinheiro mata o homem.
António Pedro Ribeiro – Sociólogo, poeta, cronista e muito mais