Na "Dolores" a beber cerveja com William Blake. Na "Dolores" com anjos e demónios. Na "Dolores" com Deus e Satanás. Tudo quanto vive é sagrado. As mulheres, os homens, os leões, as vacas, as águias, as serpentes. O sr. Miguel que me cumprimenta sempre e me trata por São Pedro. O sr. Manuel a subir. A D. Fernanda. O Rúben. O Luís. O sr. Virgílio. Abrem-se as portas da percepção e tudo é infinito. Jim, sempre tu, Jim. Todos nós podemos ser deuses, dizias. E atiravas a bola fora. As raparigas ficam escandalizadas com a minha linguagem. Outras chamam-me machista, quando eu sempre endeusei as mulheres belas. Aliás, todas as mulheres são minhas irmãs. Só que vais perdendo a ingenuidade. És um cidadão respeitável por estas bandas. Não...já correm boatos, mexericos. Deixa lá. Deixa a banda passar. Aliás, a banda rola. Pronta para os próximos concertos. Claro que não me livro da fama de maldito. E outras coisas. Mas isso já faz parte da História.
António Pedro Ribeiro, Sociólogo, cronista, poeta e o que quiser...
