"Onde um povo ama a beleza, onde honra o génio da sua arte, aí sopra como um ar vital, como um espírito universal; o amor-próprio desaparece e são grandes e piedosos todos os corações. Onde, pelo contrário, a natureza divina e os seus artistas são ofendidos, aí o prazer de viver desaparece. Cresce o servilismo e com ele a rudeza, e a bênção do ano converte-se em maldição e fogem todos os deuses." (Holderlin, "Hipérion")
Não podemos ofender nem abafar os poetas e os artistas nem o seu génio. Senão facilmente caímos no tédio, no servilismo e na maldade, facilmente caímos nas mãos dos vendilhões, dos políticos e dos macacos. Tudo perde a beleza- já não há poetas que cantem as mulheres belas-, o prazer de viver, a sabedoria, a liberdade e a bênção dos deuses. E temos um mundo de guerras, pestes, alterações climáticas, competição, morte, genocídios e rotinas. E, então, amigas, amigos, já não vale a pena permanecer aqui.
António Pedro Ribeiro, Sociólogo, poeta e pensador