O regresso a Braga. À "Brasileira". À minha cidade. À cidade que tanto amo. As meninas bonitas de bandeja na mão que passam e encantam. A "Brasileira" cheia. Daqui a pouco vou apresentar o meu livro na "Centésima Página", mesmo aqui ao lado. Recordo as tardes que esperava por ti aqui, meu amor. Agora já não moras aqui. "A Brasileira" mantém o traço e a atmosfera dos grandes cafés centenários. Aqui sinto-me em casa, em pleno centro de Braga. Aqui mantenho a postura do poeta, do escritor que trabalha, do cidadão respeitável. Aqui dá mesmo gosto produzir, sem cair para a loucura, sem ninguém a lixar-nos o juízo. Não há dúvida de que sou um homem da cidade e Braga é a minha cidade. E depois o cacau é para se gastar, enquanto se tem. Já penei muito tempo nestes dias. Encontrei o Luís Serguilha no comboio. Poeta fora da ordem. Óptima pessoa. Tem andado pelo Brasil. No outro dia, também apreciei muito os poemas do Pedro Águas. Mais um poeta brilhante esquecido. Enquanto que outros andam para aí nas feiras das vaidades...versejadores da corte, que se lixem! A simpática Madalena cumprimentou-me. Na verdade, já poderia ter escrito um livro dedicado à "Brasileira". Tanto tempo passado aqui. Tantas memórias.
António Pedro Ribeiro, sociólogo, cronista, poeta e pensador...
