Voz da Póvoa
 
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Decretado Estado de Paciência na Rua Ramalho Ortigão

Decretado Estado de Paciência na Rua Ramalho Ortigão

Opinião | 8 Setembro 2022

 

Nem em tudo manda o governo, afinal a maioria não é tão absoluta quanto a oposição se queixa. As Finanças da Póvoa de Varzim continuam encerradas ao público, encerradas será um exagero porque atendem à porta. Nos hospitais e nas farmácias ainda podem entrar com máscara, mas naquelas repartições de gente com funções públicas onde a nossa vida é esquartejada de impostos e outras obrigações, nem de escafandro lá se entra.

Segundo escutei, o telefone toca, mas não há disco pedido que se ouça. Segundo observei, o necessitado bate no vidro e o zeloso funcionário atende-o à porta da rua sem máscara, para que não se sinta constrangido a denunciar o facto.

Esta gente ainda não percebeu que o sorridente Costa encomendou ao Medina uma rapsódia de fado triste, que consiste em entregar grande parte dos serviços daquela serventia aos privados e, um dia destes, lá se vai a conversa entre ociosos habitantes do serviço de finanças local, sobre a novela e o novelo de croché que rola pela sala vazia, enquanto entre agulhas se guerrilha em ponto cruz os paninhos que irão decorar todo o seu aborrecimento.

Depois, aqui d’el-rei que ninguém nos respeita na Função Pública. Respeito há, não há é paciência para tanta pandémica negligência.      

Pablo Rios Antão

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