O discurso de Lídia Jorge nas comemorações do 10 de Junho devia ser lido por todos aqueles que perfilham ideologias segregacionistas. Lembro que a autora de Misericórdia foi uma retornada, não advindo qualquer hostilidade sobre os naturais das ex-colónias. No entanto, faltou nessa oratória a condenação do genocídio em Gaza. Se temos sangue do mercador de escravos e do escravo, também temos sangue judeu e palestiniano. Afinal, onde está a pureza da raça que os extremistas judeus proclamam? A escravidão foi uma das maiores vergonhas da humanidade. E esse sistema aconteceu nos EUA e em inúmeros países europeus, hoje chamados democracias avançadas.
Por: Ademar Costa, cronista e poeta