Voz da Póvoa
 
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Andarilhanças - Bruxelas e o Parlamento Europeu

Andarilhanças - Bruxelas e o Parlamento Europeu

Opinião | 31 Julho 2025

 

Foi destino dum grupo de juristas unidos pelo futebol, sempre, e pelo que ele nos traz por arrasto. Três dias de calor surpreendente, inesperado numa Europa que esperávamos mais amena. Visita ao Parlamento a convite de Marta Temido e do grupo parlamentar socialista que abrangeu estudantes da Escola Secundária de Esmoriz. O primeiro dia foi dedicado à visita, guiada por funcionário bem credenciado e sabedor dos meandros históricos da União Europeia desde a concretização da ideia de Robert Schuman até à actualidade. Recordar a história é sempre bom mesmo para quem deu aulas sobre o tema e para os alunos ainda melhor.

Arquitectura monumental (que já me impressionara noutra semana de futebol e cultura: Portugueses? Lisboa está a arder! Atirou-nos espanhol questionado sobre lugar do encontro grupal. Não era Lisboa, era o Chiado); livrarias – numa delas comprei livro Le Troisième Reich – des origines a la chute, par William L. Shirer, usado de alfarrabista, ao lado de edições actuais, inusitado e nunca por mim visto. O preço, 5 euros, e o facto de incluir dois recortes de jornais, um, suponho que o France-soir, 1er Janvier 1940, Il habite un enfer dont on ne revient pas, par François Mauriac, de la Academie Française; outro, La legende du “caporal Hitler” démonté. Des arquives militaires révèlent que le futur Fuhrer nà pas été, en 1914-1918, le héros qu’il pretendi, Le Monde vendredi 20/4/2012; banda desenhada, escola belga e não só, lojas para todos os apetites e etnias que conviviam na paz do Senhor.

Na La Maison de la Bande Dessiné comprei, de Makyo-Grésy-Destena, Louis XI, L’Universelle Araignée. Atraiu-me este rei francês, conhecido em Portugal por A Raposa, a nós ligado por dois factos, já lá iremos. Joel Blanchard, professeur émérite Le Mans Université, no Postfácio: Luís XI, rei de França de 1461 a 1483, é o rei que mais fortemente marcou a Idade Média tardia. O seu reinado corresponde a uma viragem na história da construção do Estado.

É com o nosso D. Afonso V que nos ligámos ao rei francês. “Em Junho de 1476 a partida de Afonso V para França, insere-se na desesperada tentativa de obter o auxílio de Luís XI na ilusão de o monarca francês cumprir acordo” que lhe permitisse concretizar os direitos da sobrinha D. Joana, a Beltraneja, envolvendo-se em longo conflito com os Reis Católicos – in Dicionário Ilustrado da História de Portugal, alfa.

2º facto que nos liga ao rei Raposa: “Luís XI, quanto ao pedido de ajuda militar, escusou-se com as guerras em que anda com o duque da Borgonha, Carlos, O Temerário, que é filho da Infanta D. Isabel de Portugal, filha de D. João I, da Ínclita Geração. In diário da História de Portugal – J Hermano Saraiva. Maria Luísa Guerra.

Tempo para visitar o Museu Magritte, tempo para comer bem, a cerveja belga faz jus à fama, não só no Delirium Tremens com centenas de marcas, qualquer restaurante dá alternativas tão variadas!  

Nesta idade já só viajamos na companhia dos mais jovens, os aeroportos trazem-nos muita confusão, os bilhetes no papel estão quase ultrapassados pelos telemóveis, arma que quase ninguém dispensa, o meu “topo de gama” traz comentários de espanto…

 

Abílio Travessas

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