Há que evitar que as nossas crianças e jovens se tornem "pessoas normais" e formatadas, conforme afirmou a escritora Raquel Patriarca na recente edição do "Corrente d' Escritas", que teve lugar, como sempre, na Póvoa de Varzim. Há que defender uma escola que pugne pelos valores da liberdade absoluta, da cidadania autêntica e da verdadeira democracia, na esteira de Agostinho da Silva, Sócrates, Platão e Aristóteles, isto é, educar no sentido da cooperação e não da competição, da sabedoria e não da desinformação, da livre discussão de ideias e não da IA, das redes sociais e da imbecilização colectiva. Não fechemos as pessoas dentro de caixas.
"A poesia é a distância mais curta entre duas pessoas", proclamou o poeta beatnick Lawrence Ferlinguetti.
"A aprendizagem implica uma atenção amorosa", refere o historiador José Mattoso.
Raquel Patriarca salienta ainda a "importância da leitura para promover a inteligência, a empatia e a criatividade". A leitura e a aprendizagem permitem-nos entender melhor o mundo e revolucioná-lo. As palavras tornam-nos mais humanos. Divinos, até... O seu livre uso não permite que ninguém se torne escravo e afasta as lavagens ao cérebro capitalistas e fascistas. O mundo é nosso. Não é deles. Já não há poderes. Só o verbo e o verso. Destruamos o dinheiro! Eliminemos a guerra, o mercado, toda a inveja e toda a intriga. Estamos às portas do Paraíso.
António Pedro Ribeiro, poeta
(Aniversário A Voz da Póvoa)