O olho cansado. Li muito hoje. Estudei muito hoje. Estou a chegar lá! Ao caminho da libertação! Não só minha, mas também da Humanidade. É preciso expulsar esses chacais da face da Terra! Nem preciso citar nomes. Mas também é preciso trazer a luz, a verdade. As pessoas andam adormecidas, estão drogadas pela família, pela escola, pelos media, pelos telemóveis, pela net, pela IA, pelo fascismo, pelo capitalismo, pelo consumismo. Nem todas, claro. Uma boa dose luta. Ultimamente, muito em torno da causa palestiniana. É uma questão de humanidade. No entanto, não chega. É preciso fazer a revolução. Derrubar esses cães, esses vendilhões. Construir um Mundo Novo. Não é fácil, bem sei. Com certas pessoas já não vale a pena falar. Ou estão demasiado velhas ou são mesmo imbecis. Mas não desistamos. Afinal, viemos ao mundo para quê? Para pastar, para ver jogos de futebol, para ganhar dinheiro, para dormir? Não, viemos para pôr tudo em causa, viemos para mudar o mundo, viemos para o prazer e para a sabedoria.
Estamos cansados, sim. Todavia, vale a pena. Não somos operários. Já nem sequer acreditamos no papel messiânico da classe operária. Admiramos Marx e Lenine, mas pensamos que estão ultrapassados. A nossa força está na ideia, na utopia, na palavra, na guerrilha, na magia do palco. Estamos vivos. Nascemos há 57 anos. Já aprendemos muito e continuaremos a aprender. Há quem nos chame loucos. Há quem nos não compreenda. Pouco importa. Há alturas em que somos seguidos por muita gente, por muito boa gente. Jamais nos venderemos.
António Pedro Ribeiro, um poeta suficientemente inquieto…