Voz da Póvoa
 
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A Gestão Extraordinária de um Insolente

A Gestão Extraordinária de um Insolente

Opinião | 23 Setembro 2022

 

Este poderia ser o título de uma certa crónica dedicada ao gestor do único banco público com esse nome, embora todos os outros se alavanquem nos milhões do Fundo de Resolução, que não é mais que o juro que pagamos aos privados de impostos.

O banco, que afinal é uma caixa, nunca foi governado por nenhum Patinhas, mas nas últimas décadas foi permanentemente saqueada pelos irmãos Metralha, de tal forma que foi necessário um governo acordar da insónia e lá colocar um perito em contas de cabeça e outras subtracções capazes de multiplicar dinheiro a rodos. Consta que em seis meses apenas arrecadou 486 milhões de euros de lucros, 65% mais que em 2021. 

Como o génio da finança conseguiu? Há quem diga que foi à custa do encerramento de 290 dependências bancárias, das quais três cá no burgo – Aver-o-Mar, Balasar e Póvoa de Varzim – do despedimento de 4081 trabalhadores, da subtracção de 6,5% do salário dos actuais funcionários, da perda da quota de mercado, do pagamento de juros zero vírgula pouco mais que zero e da multiplicação de comissões aos depositantes. Em resumo, tudo aquilo que um banco público se deveria honrar, nos envergonha.

Como ainda há mais um semestre para contabilizar até final do ano, o mago gestor anunciou o encerramento de mais 23 balcões em Agosto, que afectam Lisboa, Coimbra, Ílhavo e Porto. Tudo isto com o consentimento do único accionista de seu nome Estado. Ou seja, todas as pessoas que contribuem com parte do seu salário e se esquecem das suas responsabilidades e direitos. Ou seja, eleger um governo que nos proteja das quadrilhas de Metralhas e da gestão extraordinária de um insolente.

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