"A liberdade ditatorial do mercado, temperada pelo reconhecimento dos Direitos do Homem espectador", eis o que temos, segundo Guy Debord.
De facto, vivemos numa sociedade onde o dinheiro e o mercado, além dos computadores, comandam (quase) tudo e onde nos querem reduzir a meros espectadores. Com efeito, e agora ainda mais com a IA, corremos o risco de ficar sem capacidade de intervir na sociedade nem na polis (o que é feito dela?), de ter opiniões próprias ou sequer de pensar. É o tal pensamento único que os capitalistas e os fascistas querem impor.
Claro que haverá sempre resistentes e revolucionários que pensam pela sua própria cabeça. Claro que, ao escrevermos estas palavras, mostramos que estamos vivos e prontos para o combate. Claro que queremos acordar os adormecidos e os mortos em vida. Nós ainda acreditamos. Afinal, não viemos ao mundo para pastar nem para obedecer. Acreditaremos até ao fim! Acreditamos porque acreditamos no Amor e na Vida Livre, sem controlo, sem dinheiro, sem mercado.
António Pedro Ribeiro, sociólogo, cronista, poeta e pensador