Voz da Póvoa
 
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A DEMOCRACIA BURGUESA E A DEMOCRACIA DIRECTA

A DEMOCRACIA BURGUESA E A DEMOCRACIA DIRECTA

Opinião | 30 Setembro 2024

 

"A democracia política corrente pode funcionar como forma própria de não-liberdade: a liberdade política pode facilmente fornecer um quadro legal adequado à servidão económica, permitindo que os mais desfavorecidos se vendam "livremente" como escravos. Somos, assim, levados a reclamar mais do que a simples democracia política: é necessário conseguirmos também a democratização da vida social e económica."
(Slavoj Zizek, "A Coragem do Desespero")

A democracia burguesa é uma farsa. É a democracia do mercado, dos politiqueiros, dos grandes capitalistas, dos media, das redes sociais, da internet e, agora, cada vez mais, da IA.

Para a democracia ser efectiva, ela não se pode restringir à esfera da política (à má política, diga-se...), deve alargar-se ao todo económico e social: às empresas, às fábricas, às escolas, aos ‘chulos’ dos bancos, a toda a sociedade e todo o ser humano deve ser completamente livre. Devemos regressar à Polis Grega ou à democracia directa, onde a propriedade é comum e os indivíduos exercem um poder rotativo ou através de um zelador, como acontecia nas aldeias comunitárias de Vilarinho das Furnas ou de Rio de Onor. Platão também fala, na "República", num governo de sábios, de filósofos, o que até nem era má ideia, comparado com o fascismo e a podridão que aí vão. O Amor, a Liberdade e a Sabedoria ao Poder!

António Pedro Ribeiro, Sociólogo, cronista, poeta e vocalista dos Sereias

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