Voz da Póvoa
 
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0. Ponto antes da ordem do dia – 25 de Abril

0. Ponto antes da ordem do dia – 25 de Abril

Opinião | 7 Maio 2023

 

Celebraram-se, na passada Terça-Feira, os 49 anos do 25 de Abril.

Não sendo nascido à data, olho, tal como a minha geração, para esse tempo através dos olhos de terceiros.

Dou a democracia como adquirida, e a liberdade que ela encerra como normal. Não sei, ou pelo menos pensava não saber, o que é viver num regime em que a opinião é perseguida, a circulação condicionada ou em que o voto não é livre!

Foram esses mesmos terceiros, para esclarecimento e reforço da intervenção do Sr. Deputado da CDU, que me ensinaram e explicaram não apenas os valores de Abril, mas, sobretudo, a importância e a relevância do 25 de Novembro, na materialização desses valores e no encerrar definitivo do PREC (Período Revolucionário em Curso) que ditou a perseguição de empresas, o saneamento de famílias e, imagine-se, a emissão de mandatos de captura em branco, na tentativa de impor um regime comunista em Portugal e estabelecer aqui a Cuba da Europa!

Não devemos, por isso, menosprezar este curto período negro da nossa história, mesmo que enquadrado na libertação que foi o 25 de Abril de 1974.

Não podemos, também, por isso, esquecer o relevantíssimo papel do CDS, do PSD e de um PS, sim, um PS, que hoje parece já não existir ou que está cativo de “jovens turcos” ou de camaradas de “geringonça”.

Minhas senhoras e meus senhores, Depois de quase dois anos reféns da violação continua das nossas liberdades e garantias, à boleia de uma malfadada pandemia, vivermos hoje capturados por um Governo à deriva, que nos faz recordar o ano de 2010, onde a cada novo anúncio, era descoberto mais um buraco, mais uma mentira e mais um novo problema!

Efetivamente, ainda há muito “Abril por cumprir”:

- Na justiça, vemos um ex-primeiro-ministro sair impune de um dos maiores processos de corrupção que há memória, refugiado em questões processuais;

- Na saúde, os serviços falham na resposta aos doentes, não conseguindo assegurar os serviços mais básicos de saúde, obrigando a deslocações de dezenas de quilómetros, obrigando o SNS a recorrer aos privados que tanto abomina para a resolução dos problemas das listas de espera;

- Na economia, assiste-se ao desbaratar de milhares de milhões de euros, nomeadamente, numa companhia aérea que não funciona e onde a cada passo se descobre uma nova teia de mentiras que nos deveria envergonhar a todos enquanto nação;

- Na Propriedade privada, vivemos o maior ataque à propriedade privada de que há memória desde o PREC, em que o Estado, que primeiro falhou na reabilitação urbana e depois na implementação de um mercado de arrendamento urbano que funcionasse, quer agora usurpar e impedir de trabalhar aqueles que recuperaram os centros urbanos das cidades, permitindo que estas voltassem a ser locais aprazíveis, seguros e com negócios florescentes.

Só mesmo alguém que não conhecesse o centro do Porto ou a baixa lisboeta nos anos 90, pode sequer ousar em afirmar o contrário.

Na condição humana constata-se a degradação absoluta do “SER”, querendo-se o Estado substituir a Deus, e determinar quem vive e quem morre, ou alterar, por mera convicção ideológica, as mais elementares evidências científicas demonstradas desde a “origem das espécies”, estabelecidas por Darwin, há quase 200 anos, e que explicam a vida e a diversidade na Terra.

Porém, o pior... o pior é mesmo a ignorância!

A ignorância em perceber que são estas posições absurdas que levam ao extremismo. Em perceber que não é o estilo trauliteiro e absurdo no parlamento de partidos extremistas que os faz crescer, mas, ao invés, o estilo do “politicamente correto” que leva as pessoas a sucumbir à tentação do partido “anti-sistema”, fartos de políticos sem carisma, capturados pela vontade das minorias.

Esse é que é o verdadeiro perigo!!!

Para mim, Abril é sinónimo de Liberdade

... é sinónimo de escolha

... é sinónimo de autonomia

... é sinónimo de soberania.

Não quero voltar aos anos de intervenções externas.

Estive na “trincheira política” desses tempos e sei o vexame a que nos vetaram os credores externos. São tempos que bem dispenso!

Desejo liberdade para trabalhar, liberdade para desenvolver ideias e negócios, liberdade que permita não estar prisioneiro de uma carga fiscal monstra, imposta pelo estado central e reforçada por “taxas e taxinhas” inventadas por autarquias locais, que mais não são do que impostos encapotados para financiar despesa.

Não quero estar cativo de uma despesa pública que representa 2 vezes a nossa capacidade anual de gerar riqueza e quero liberdade para educar os meus filhos seguindo as minhas crenças e credos, pelas quais também fui criado e que considero não terem sido assim tão más.

Não quero, sobretudo, impor a minha liberdade, nem ficar refém da liberdade dos outros.

Não quero ficar cativo das “troikas” que estes nos impõem enquanto os vemos reclamar continuamente da ação dos que, pelo menos por três vezes, nos tiveram de resgatar da bancarrota!

Como referi, há muito Abril por cumprir, e, tal como disse o deputado Micheal Seufert do CDS na cerimónia dos 41 anos do 25 de Abril, “enquanto a minha geração e as gerações vindouras não puderem tomar democraticamente as regras do país (e de uma autarquia, já agora) sem estar limitada ou impedida pelas despesas, dívidas e projetos do passado, não haverá liberdade!”

Viva a Liberdade! Viva Portugal!

 

José Carmo, deputado do CDS na Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim

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