Global: O relatório anual sobre A Situação dos Direitos Humanos no Mundo 2024-2025 — apresentado pela secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard — documenta repressões cruéis e generalizadas contra a dissidência e as oposições, uma escalada catastrófica dos conflitos armados, esforços inadequados para fazer face ao colapso climático e uma crescente reação negativa a nível mundial contra os direitos dos migrantes, dos refugiados, das mulheres, das raparigas e das pessoas LGBTI.
Global: O “efeito Trump” — com a eleição do novo Presidente americano — agravou os danos causados por outros líderes mundiais ao longo de 2024, corroendo décadas de trabalho meticuloso para construir e fazer avançar os direitos humanos universais para todos e acelerando o mergulho da humanidade numa nova era de brutalidade caracterizada pela mistura de práticas autoritárias e ganância corporativa, defende a Amnistia Internacional na sua avaliação da situação em 150 países.
Estados Unidos da América: O Presidente Trump demonstrou um desprezo absoluto pelos direitos humanos universais. O seu governo atacou rápida e deliberadamente instituições não só vitais para os EUA como internacionais, concebidas para tornar o mundo mais seguro e mais justo. O ataque total aos próprios conceitos de multilateralismo, asilo, justiça racial e de género, saúde global e ação climática está a encorajar ainda mais outros líderes e movimentos antidireitos a juntarem-se ao seu ataque.
Portugal: Sobre Portugal, a Amnistia Internacional afirmou existirem relatos credíveis de tortura e maus-tratos nas prisões. A liberdade de reunião foi prejudicada pelo uso indevido de legislação com décadas de existência. O acesso ao aborto não está totalmente garantido. Dezenas de pessoas ficaram feridas em ataques contra migrantes no Porto. Uma vaga de calor excecional e incêndios florestais causaram cinco mortos. O acesso à habitação a preços acessíveis continua a ser insuficiente.
Faixa de Gaza: Os acontecimentos nos últimos doze meses – sobretudo o genocídio dos palestinianos em Gaza – expuseram a forma como o mundo pode ser infernal para tantas pessoas quando os Estados mais poderosos rejeitam o direito internacional e ignoram as instituições multilaterais. A Amnistia Internacional documentou o genocídio de Israel contra os palestinianos em Gaza num relatório histórico e o seu sistema de apartheid e ocupação ilegal na Cisjordânia tornou-se cada vez mais violento.
Amnistia Internacional Portugal
30 de abril de 2025
Foto: © Amnesty International