Um violino, um violoncelo, um saxofone, um piano para receber muitas dezenas de olhares curiosos que responderam ao convite da Câmara Municipal para visitar, no dia 15 de Junho, a evolução do futuro Póvoa Arena, a sala de eventos e espectáculos que a cidade passará a oferecer até ao final do ano em curso.
Foram muitas as iniciativas voltadas para a comunidade poveira integradas nas comemorações dos 50 anos de elevação da Póvoa de Varzim a Cidade, o Póvoa Arena foi apenas mais uma, com a diferença de não pertencer ao lugar das efemérides ocasionais, mas das obras capazes de promover e transformar o futuro de uma cidade que pretende criar espaços capazes de combater a sazonalidade.
A cidade para olhar o mar tem que ter os pés em terra. Na Póvoa de Varzim há ainda uma geração de memórias vivas dos Banhos Quentes que, depois de um Verão outrora prolongado, alimentava o comércio e os arrendamentos temporários de quartos e de casas no Outono, mas esse tempo, por inércia dos empresários locais ou dos autarcas, foi-se extinguindo e apenas ficou um Verão cada vez mais curto.
Esta cidade viveu sempre do sol em qualquer estação do ano, em razão disso, num tempo cada vez mais incerto é preciso fazer apostas que dependam apenas da oferta como mais-valia para atrair gente à cidade em qualquer dia da semana ou do mês, chova ou faça sol. O Póvoa Arena, como novo espaço sociocultural de referência do nosso concelho, pode não combater todas as intempéries financeiras que afectam o comércio local, mas será com certeza um bom cartão-de-visita, desde que obedeça a um programa bem pensado e melhor executado.
Por: José Peixoto