O dia da Padroeira dos poveiros, Nossa Senhora da Conceição, tem agora dupla razão para ser festejado, depois de instituída pela Câmara Municipal a mesma data, 8 de Dezembro como o Dia da Camisola Poveira, que se repetiu pelo segundo ano consecutivo e se vestiu no corpo dos mais bairristas, para celebrar um ícone do património local que se funde com a memória dos tempos, há pelo menos 150 anos que protege do frio e aquece o coração orgulhoso dos poveiros.
Já não chega vestir a Camisola Poveira, é preciso dar ao Dia um pensado número de actividades que envolva a comunidade. Por isso logo pela manhã, houve uma sessão de esclarecimento sobre a Certificação da Camisola Poveira, no Centro Póvoa Empresas, conduzida por Mário Ferraz e Lara Ferreira. Depois, seguiram-se duas Masterclasses, onde forma abordados temas que ajudarão a perceber come chegar ao valor comercial da Camisola Poveira. A primeira realizada pela Associação Nacional de Jovens Empresários, com Mónica Neto, Directora do Portugal Fashion, e Susana Bettencourt, estilista e doutoranda em design de moda, proporcionou uma visão mais arrojada no processo criativo de trabalhar as malhas. Na segunda Masterclass, Teresa Costa, em representação d’A Certifica, mostrou como as produções artesanais podem ser uma oportunidade de negócio, exemplificando casos de sucesso.
À tarde, foi a vez de avós e netos se reunirem, no Centro Interpretativo e de Formação da Camisola Poveira, à volta da tradição do bordado poveiro. Este workshop foi promovido pelo Presidente da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai. Ricardo Silva, autor do Manual do Bordado Poveiro, uma publicação que contou com a colaboração das formadoras. Seguiu-se neste mesmo local a afixação da 1ª Camisola Poveira Certificada, pelo Presidente da Câmara Aires Pereira, que disse acreditar que, “o Dia da Camisola Poveira não mais deixará de se celebrar. Sinto-me honrado por este ícone da nossa comunidade ser já reconhecida como património além-fronteiras. A Autarquia, com o apoio do Grupo Amigos do Museu e da União de Freguesias Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, tem-se dedicado a difundir o saber-fazer tradicional abrindo caminho à inovação que as novas gerações podem trazer em prol da preservação desta peça histórica de artesanato poveiro”.
O momento foi acalorado pela fadista poveira Adriana Paquete, acompanhada por André Teixeira na viola e Eduardo Jorge à guitarra. Também houve um momento de dança oferecido pelos premiados internacionalmente, Maria Correia e Guilherme Fernandes, bailarinos da AM Dance Studio.
Outro dos momentos mais aguardados foi a cerimónia de entrega de certificados pelo Presidente da Câmara, a 157 formandas e formandos que concluíram os Cursos Ocupacionais de Tempos Livres da Camisola Poveira ao longo deste ano. “É um marco muito importante, porque é a primeira peça de artesanato português certificada”, garantiu orgulhoso Aires Pereira.
Nas festas da Nossa Senhora da Conceição, que decorreram no Largo do Castelo, António Soares (Tony bombeiro), depois de ter escorregado no ano passado, voltou a subir até ao topo do pau ensebado, um extraordinário esforço de cerca de 25 minutos, compensado pela conquista do folar natalício composto por nozes, castanhas, avelãs, figos, rosca, chouriço e o afamado e cada vez mais caro Bacalhau.
