Um formigueiro de gente saída de todos os cantos encheu as ruas da cidade. Até ser dia, a noite foi de folia em todos os bairros, em todos os palcos, em todas as vidas. A Póvoa de Varzim é a casa de São Pedro, por isso, em cada janela, varanda, montra ou parede, o poveiro, a poveira decora com as cores do seu bairro, o alimento de uma tradição. As Lanchas poveiras, em maioria “Fé em Deus”, como se da memória homenageassem o mestre Francisco ‘Fome Negra’ e todos os apetrechos dos barcos do antigamente, redes, agulhas de fazer ou reparar as redes, remos, vazadouros, lanternas, baús e tantas outras recordações da labuta do mar da colmeia piscatória.
Dizem que não há festa como esta, diria que não existem duas noites como estas, uma na cidade inteira, entre 28 e 29 de Junho, onde se abrem as asas da alegria, com a juventude a ‘abanar o capacete’ entre colunas e DJs ou a integrar a Rusga dos bairros de Belém, Mariadeira, Matriz, Norte, Regufe e Sul. Quem chega de fora não passa sem o aplauso, a admiração. A segunda noitada, de 4 para 5 de Julho, é por inteiro dedicada à tradição dos bairros onde a proximidade, a família e a partilha é mais íntima.
Depois, em cada uma das noites o céu arde em artifício de fogo, mas ao mesmo tempo nos seis bairros é espectáculo único de ver e de emocionar em espanto.
Fotos: Rui Sousa
