Voz da Póvoa
 
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Para que a Memória de um Ilustre Poveiro Prevaleça

Para que a Memória de um Ilustre Poveiro Prevaleça

Local | 15 Abril 2024

 

No lugar da antiga lota do peixe, junto ao Castelo, foi inaugurada no dia 6 de Abril, a escultura do padre, professor catedrático e historiador, João Francisco Marques, sentado à mesa redonda de tertúlias e uma cadeira vazia a convidar quem ainda é capaz de conversar ou ouvir as palavras do silêncio. A interpretação escultórica é da autoria de Hélder de Carvalho.

Foram muitos os poveiros e amigos que se quiseram juntar à cerimónia presenciada pelo Presidente da Câmara Municipal, Aires Pereira e familiares do homenageado, como a sobrinha mais velha, Manuela Marques, que deixou em sublinhado “quero expressar a imensa gratidão que sentimos com esta homenagem, neste lugar tão significativo e no âmbito de comemorações tão relevantes para a nossa cidade e para o nosso país”. Referindo-se aos 50 anos de elevação da Póvoa de Varzim a Cidade e aos 50 anos da restituição da liberdade a 25 de Abril de 1974.

A sobrinha do homenageado lembrou os quatro volumes da Obra Selecta editados, assim como outros três para editar, agradecendo a homenagem prestada por vários autores no volume 48 do Póvoa de Varzim - Boletim Cultural, dirigido pela professora Conceição Nogueira. O escultor Hélder Carvalho retratou “muito bem o meu tio, nas suas diversas facetas”.

Sobre a obra por editar, Aires Pereira deixou o desafio: “Falta que alguém continue o trabalho. Reunir tematicamente os muitos outros estudos que ele nos deixou e cuja disponibilização será do maior interesse, quer para a comunidade académica, quer para o grande público”. 

Do homenageado recordou as suas vivências com “grandes vultos da nossa cultura, José Régio, Agustina Bessa-Luís, Manuel de Oliveira entre outros, inicialmente e por muitos anos no Diana-Bar”. Mais tarde, João Francisco Marques transferiu o ‘escritório’ e as tertúlias para o pequeno Lota Bar, “onde reservou uma mesa junto à janela, onde tinha sempre uma cadeira vazia, e esperava que alguém aparecesse e que conversasse, fosse sobre futebol, sobre o seu Varzim, fosse sobre cultura, sobre política”. Entre outros compromissos, “ajudou estudantes ou estudiosos a concluir teses e doutoramentos neste café. Portanto, fazia todo o sentido que o sítio fosse este, perto do bairro onde ele residiu e começou, enquanto sacerdote, a exercer o seu magistério”.

Mas, segundo o Presidente da Câmara, quem conheceu bem o homenageado enquanto homem, académico, e fez o mais autêntico retrato, foi o Professor Doutor José Eduardo Franco, na apresentação do primeiro dos quatro volumes da Obra Selecta, descrevendo-o como, “homem de sorriso aberto para o mundo, de uma inconfundível disponibilidade para com os outros e com um coração que ultrapassa fronteiras, João Francisco Marques é a prova de que a investigação histórica não é um exercício monótono, antes se pode converter em mais uma bela história para contar, quem sabe no pequeno café onde diariamente trabalha em frente ao mar, na Póvoa de Varzim”.

E Aires Pereira concluiu: “Aqui está a razão por que é este e não outro local onde a Póvoa de Varzim perpétua este seu grande e muito querido filho”.

Por José Peixoto

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