Voz da Póvoa
 
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O Poveiro Desfilou com a Camisola da Memória

O Poveiro Desfilou com a Camisola da Memória

Local | 14 Dezembro 2024

 

Há uma identidade poveira que é de vestir, e quem o faz celebra uma memória. O dia nacional é da Imaculada Conceição, mas localmente, para além das ‘Festas do Castelo’ onde dentro de uma capelinha mora a adorada Senhora, desde 2021, a Câmara Municipal instituiu na mesma data, o Dia da Camisola Poveira. E a moda pegou no corpo de algumas centenas de pessoas de várias idades, que quiseram na rua celebrar a tradicional camisola com mais de 150 anos de histórias para contar.

Lançado o convite, a concentração deu-se junto aos Paços do Concelho onde um coro da Escola de Música deu voz aos primeiros aplausos. Seguiu-se um desfile, pelo segundo ano consecutivo, rumo ao Largo David Alves. Juntaram-se ao cortejo a Banda Musical da Póvoa de Varzim, o Coro Capela Marta e o Rancho folclórico Poveiro que ofereceu um pezinho de dança.

Como nada acontece por acaso, há sempre um caso, como fez questão de lembrar, o Presidente da Câmara Municipal: “quando decidiram chamar à nossa camisola uma peça de artesanato mexicano e vendê-la de forma inapropriada, os poveiros espalhados pelo mundo que é sua diáspora, indignaram-se. Os poveiros que estão na Póvoa também se indignaram e juntaram-se para fazer com que a camisola poveira seja o nosso maior símbolo”.

Para Aires Pereira, a Camisola Poveira “conta a história de cada um dos poveiros, era o seu bilhete de identidade uma vez que os nossos pescadores não sabiam ler nem escrever e a camisola dizia qual era a sua família”. Na maioria dos casos os seus bordados representam as siglas de famílias poveiras.

O autarca assumiu que “a Camisola é, para nós, algo muito relevante porque não se resume a uma peça de vestuário, é um símbolo de bravura, luta e resistência”, recordando que “muita gente morreu no mar com esta camisola vestida” e concluiu “temos um enorme respeito por ela e tudo o que simboliza”.

A Tradição ainda é o que era e enquanto o poveiro quiser, será para sempre, tal como a Lancha Poveira do Alto “Fé em Deus”, dois símbolos que servem para homenagear quem nos visita ou a grandezas dos que cá temos.

Por: José Peixoto

Fotos: JCM/cm

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