Um dia, não muito distante, o poveiro Aires Pereira compôs uma ideia que resultou na noitada dos bairros. Tal como o poeta escreveu “O mundo avança e as responsabilidades envelhecem”, por isso, é preciso organizar o futuro.
A noitada de São Pedro percorreu muitos anos agarrada à tradição das rusgas, das fogueiras, da sardinha no pão oferecida a quem passava na rua. Quem é que não se lembra das cordas humanas que percorriam as ruas da cidade angariando, ‘raptando’ uma mão para dar à outra e correr rua fora com todas as cores bairristas. Depois vieram os DJs e os patrocínios da cerveja, dar uma outra roupagem à modernidade e com isso convencer mais juventude a juntar-se à noitada. Isso levou os mais enraizados bairristas a prever uma tradição defunta. Dessa leitura saiu um olhar em frente do Presidente. Hoje, já ninguém é capaz de dizer que a tradição não soube envelhecer em vez de morrer, tudo porque a segunda noitada preservou a tradição e ganhou a madrugada.
