Voz da Póvoa
 
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Meio Século de Cidade para Homenagear Ilustres Poveiros

Meio Século de Cidade para Homenagear Ilustres Poveiros

Local | 9 Novembro 2023

 

São três as estátuas que vão assinalar as comemorações dos 50 anos de elevação da Póvoa de Varzim a cidade. José de Azevedo – cidadão poveiro, jornalista, escritor e autarca, (Pela escultora Margarida Campos, a inaugurar a 12 de Junho); João Francisco Marques – cidadão poveiro, professor catedrático jubilado pela faculdade de letras da Universidade do Porto, onde foi titular da cadeira de Teoria de História, padre e historiador, (pelo escultor Hélder Carvalho, a inaugurar a 6 de Março), e ‘A Pescadeira’, homenagem à comunidade poveira, (pelo escultor José Nobre). 
 
A exposição de arte “Cá…pela Cidade”, de Afonso Pinhão Ferreira, a inaugurar no dia 17 de Novembro, abre as portas a um vasto programa de actividades. Em 2024, o Museu Municipal promove e inaugura, a 16 de Março, a exposição “da vila a cidade”, são 50 imagens projectadas em 100 anos de história, 1873 a 1973. No primeiro trimestre, a agendar, realiza-se a conferência “A cidade e o Futuro”. 

Ainda este ano será lançado o nº 55 do “Póvoa de Varzim – Boletim Cultural”, uma edição comemorativa dos 50 anos de Elevação da Póvoa de Varzim a Cidade, com destaque para as freguesias, e o livro “Bem Servir a Póvoa – Manuel Ribeiro de Castro, Abade de Navais e Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim”, sob a coordenação de Fernando Souto. Em 2024, entre várias outras publicações, ênfase para “Cego do Maio: Memória, Recuperação do Salva-vidas”, e “Póvoa de Varzim na Belle Époque: Panorama da vida cultural e do Turismo Balnear”.

Nas artes do espectáculo, teatro musical e de revista, dança, variante clássica e moderna, residências artísticas, documentários, animação infantil e muita música com realização de concertos, rock, pop, jazz, blues, fado e folclore. 

O programa comemorativo, que ainda não está fechado, encerrará no Dia da Cidade, 16 de Junho de 2024, numa cerimónia ampla, desta feita no Pavilhão Municipal onde serão homenageadas figuras que sobressaíram na cidade nos últimos 50 anos, e ainda a participação de um nome relevante do panorama artístico português.

O programa foi revelado na noite de sexta-feira, no Cine-Teatro Garrett, na primeira aparição pública da Comissão de Honra das Comemorações dos 50 anos de Elevação da Póvoa de Varzim a Cidade, presidida por Macedo Vieira, que dirigiu os destinos da Câmara Municipal entre 1993 e 2013.

Na abordagem ao tema “A Cidade – Obra de Arte”, o ex-autarca fez uma primeira viagem pela história da milenária povoação denominada Vila Euracini, nome documentado em 953, a vila que, nos anos 30 do século XX, soube captar o jogo, construindo um Hotel e um Casino, acabando por dar passos gigantes no seu desenvolvimento. Mas, há sempre um mas, a ganância de uns e a complacência de outros inaugurou um sem número de erros urbanísticos e de mau gosto, que começaram a ser corrigidos a partir dos anos 90.
 
O dia 16 de Junho de 1073, que elevou a vila a Cidade, “foi um dos momentos mais marcantes da nossa história, dando lugar à euforia e ao orgulho sentido pela elevação a um novo estatuto e por ter feito justiça às suas gentes”, recordou.

Macedo Vieira numa análise aos primeiros anos pós Abril de 74, referiu que “a Póvoa sofreu um processo de degradação da qualidade de vida, por acção do desordenamento do território e da especulação mobiliária resultante da pressão das classes sociais em ascensão económica, formando a nova burguesia endinheirada proveniente da revolução industrial das cidades vizinhas, à época, tais como Guimarães, Famalicão, Santo Tirso e Fafe, com aspirações a adquirir um apartamento de férias frente ao mar, então em moda, assim elevando o seu estatuto social. Assistiu-se ao desaparecimento da frente marítima, da avenida dos banhos e do passeio alegre”.

No seu discurso foi documentando com fotos as palavras, os actos e alguns exemplos positivos de cidades estrangeiras, mas também negativos, ao nível da construção e desordenamento, em estâncias balneares como Benidorm ou Marbella.

E relembrou a transformação da cidade e a longa experiência de participação dos cidadãos na sua presidência, “sendo disso exemplos a Reabilitação da Rua da Junqueira, da Rua 31 Janeiro, do Parque da Cidade, do Mercado Municipal e, particularmente, a Avenida Mouzinho de Albuquerque e o seu parque subterrâneo que muitos acreditaram não ser possível. Falamos de planeamento, organização, cooperação, audácia, visão futurista e alguma coragem”.

Por sua vez, o Presidente da Câmara Municipal, Aires Pereira, numa reflexão sobre ‘O Governo da Cidade’ aludiu à importância “de uma fiscalidade estabilizada e que a única alteração, a acontecer, será no sentido da sua descida e do aumento da qualidade de vida. Se dúvidas houvesse quanto ao acerto das nossas políticas, os últimos Censos dissiparam-nas”. O concelho da Póvoa de Varzim foi a nível nacional, um dos quatro a conseguir aumentar o número de residentes.

As referências culturais de uma cidade são a sua identidade: “Tornou-se consensual entre nós, que a cultura e o lazer na ampla diversidade das suas expressões, são as opções estratégicas de desenvolvimento que melhor traduzem a evolução do nosso aglomerado urbano ao longo dos últimos dois séculos”. Para o Edil nas sociedades contemporâneas, “são tão evidentes os benefícios de vária natureza que a arte e a cultura dão ao cidadão e à comunidade, que privar ou dificultar a sua fruição é o mesmo que provar ou dificultar um direito. Comunidades com carências graves ao nível de assuntos de expressão cultural, são naturalmente territórios fragilizados. A cidade deve ser projectada e vivida como um desafio cultural permanente”.

No final, José Carlos de Vasconcelos leu alguns poemas do seu livro “O Mar a Mar a Póvoa”, e um momento ao piano com a mestria de Raúl da Costa a interpretar obras de Frédéric Chopin, (1810-1849).

Por: José Peixoto

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