
A inclusão foi desde a sua fundação o maior dos valores. Celebrados 49 anos de história, no dia 6 de Novembro, o MAPADI – Movimento de Apoio de Pais e Amigos ao Diminuído Intelectual é hoje uma instituição de referência que ultrapassa as fronteiras do concelho, graças ao trabalho incansável de todos os que acreditam que é possível humanizar.
Os parabéns mereceram o aplauso primeiro no edifício sede e depois no MAPADI de Terroso, celebração que contou com a presença da Presidentes da Câmara Municipal, Andrea Silva, que se fez acompanhar pelo executivo, que deixou palavras de incentivo e de apoio institucional ao trabalho desenvolvido na instituição.
O aniversário foi comemorado com um almoço em Terroso, onde os utentes passam as 24 horas durante os 365 dias do ano.
Para o Presidente do MAPADI, Antonio Ramalho, é sempre importante reconhecer o trabalho exemplar dos colaboradores e a sensibilidade que todos demonstram ter para lidar com cidadãos com deficiência. A caminho do meio século, “a nossa perspectiva é para o ano fazer as comemorações que a data merece, uma coisa em grande, fazer um jantar homenageando, não só os nossos fundadores, mas também as pessoas que passaram pela direcção a própria comunidade. Vamos também reconhecer os empresários que nos ajudam a contratar os nossos utentes com deficiência. Neste momento, temos novamente a marca da Entidade Empregadora Inclusiva 2025, com a menção da Excelência. Vamos recebê-la a Évora no dia 26 de Novembro”.
A principal preocupação da direcção é dar uma resposta às necessidades reais que existem: “Nós vamos apoiar cerca de 120 alunos nas escolas através do CRI – Centro de Recursos para a Inclusão, temos seis alunos aqui na instituição, são aqueles que não conseguem estar na escola, mas aqueles que estão na escola, nós trabalhamos com eles, através do CRI. Mas, o MAPADI tem uma grande preocupação na resposta das crianças e dos adolescentes que chegam aos 18 anos e que depois não têm continuidade de resposta. Nós temos cerca de 135 cidadãos com deficiência em listas de espera. Alguém da família tem que estar com eles em casa ou têm de encontrar outras alternativas para que os pais possam trabalhar”.
E acrescenta: “Temos as instalações e estamos a disponibilizar, articular com o Governo no sentido de que haja esse financiamento, porque no PRR se não for acompanhado pelo acordo, neste caso com a Segurança Social, não se concretiza. O problema dos acordos é a questão da continuidade, da sustentabilidade. Nós compreendemos a dificuldade do Governo, mas também temos que zelar pela questão do apoio ao cidadão com deficiência. O alargamento da resposta é uma responsabilidade social do Governo. Por outro lado, a questão do próprio financiamento não chega o valor que o Governo dá para podermos ter a resposta nas várias áreas”.
Para António Ramalho, o desafio das associações “é encontrar formas de sustentabilidade procurando receitas. Por isso, é que nós fazemos caminhadas, fazemos o torneio de Padel solidário, abrimos as nossas instalações à comunidade. A piscina é um bom exemplo. Uma piscina aquecida, 24 horas por dia, durante todo o ano, se fosse só para os nossos utentes não conseguíamos mantê-la aberta. Conseguimos, abrindo à comunidade que permita essa inclusão também. As pessoas frequentam das oito da manhã até às onze da noite. Ao mesmo tempo é uma receita que nos permite continuar a dar essa resposta de qualidade ao cidadão com deficiência”.
A preocupação do MAPAD é ter respostas “desde o nascimento a todo o ciclo de vida, de forma, a que a comunidade poveira possa ter uma resposta de qualidade ao nível da deficiência”.
Por: José Peixoto
Fotos: MAPADI