O Rotary Club da Póvoa de Varzim voltou a homenagear o mérito profissional de uma personalidade. Este ano a escolha recaiu sobre o conhecido e reconhecido empresário, João Gomes, proprietário de uma rede de restaurantes com destaque para o Marinheiro e a Casa dos Frangos. A cerimónia juntou no dia 27 de Janeiro, no Hotel Axis Vermar, companheiros rotários, amigos e família do homenageado.
Para o empresário do ramo imobiliário, António Leite, ter defendido que o homenageado representava “todos os emigrantes que saíram deste país e estiveram lá fora”. Merecendo o destaque “pela pegada histórica que deixou e deixa na Póvoa em cada dia que passa. É uma homenagem ao emigrante bem-sucedido”.
Seguiu-se o discurso do Presidente do Rotary Club da Póvoa de Varzim, António Areal, que referindo-se à instituição que lidera, “é um valor sobre a reflexão que move as nossas vidas, as nossas comunidades e a nossa organização. O Rotary é acima de tudo um movimento global que valoriza acima dos interesses próprios, o serviço desde a sua fundação”. Por isso, o prémio atribuído anualmente ao profissional do ano “se destaca por reconhecer o valor, o trabalho e a ética profissional”. E num momento em que a actual conjuntura nacional e internacional se tornou inquietante, “este prémio não é apenas um reconhecimento da competência de realizações, é uma homenagem ao impacto positivo que cada profissional pode ter na sua área e na sua comunidade”. E não esqueceu de enaltecer o lado humanista de João Gomes.
Também Afonso Pinhão Ferreira, companheiro Rotary e Presidente da Mesa da Assembleia Municipal lembrou que “esta é uma instituição com um percurso narrativo, tem uma idade de respeito e passaram por aqui muitos companheiros Rotary que já não estão entre nós. Há portanto um passado escrito, que deixa memória”.
E acrescenta: “Nada é mais importante que a liberdade humana. Não ter medo. Portanto, a cidadania é agir contra a realidade, é proceder em desconformidade com que a sociedade nos concede, é a procura da utopia da igualdade. A igualdade não existe, mas a procura da igualdade é importante. Neste sentido, é a via para a felicidade. O cidadão assimila da política uma imagem mítica de igualdade, uma mensagem de imparcialidade que aniquila a desigualdade. E tudo o que nós façamos pela nossa sociedade neste sentido é desenvolver a cidadania, é ser um verdadeiro cidadão. Ser Rotário é ter ética, é ser um bom cidadão. Esta é a primeira razão pelas quais, tenho a certeza, a maior parte dos meus companheiros se senta aqui todas as semanas”. O Rotary Club da Póvoa de Varzim foi fundado em 25 de Maio de 1964. Do seu longo estar se retira que “o Rotary é vida e a vida nasce do encontro”, concluiu.
Para Macedo Vieira, “o senhor João Gomes fez-se a si próprio, não teve escola mas fez escola, nomeadamente em várias áreas de intervenção da sua vida empresarial. Na restauração criando mais de uma cadeia de estabelecimentos, cada um com a sua marca, com uma habilidade notável na gestão de conflitos, sendo por excelência um conciliador no seio dos grupos e nos recursos humanos. Pertence à categoria dos empreendedores e criadores de emprego, próximo dos 500 funcionários, em contraste com os investidores de especulação financeira”. O médico prometeu repensar no seu regresso como companheiro Rotary.
Presente na cerimónia, Aires Pereira sublinhou que o homenageado “todos os dias tem mais um projecto, mais uma ideia, o João Gomes é uma fonte de inspiração para todos nós. Queria agradecer aos Rotários o facto de se terem lembrado dele para ser o empresário do ano”. Reconhecendo no entanto, que a actividade de João Gomes não se resume a empresário “encontrá-lo é sempre uma alegria, alegria de quem já viveu muito e passou muitas dificuldades, mas que consegue transmitir que cada dia é sempre melhor que o anterior”. E “é uma pessoa que se entrega, está sempre disponível para ajudar o outro”. No final, o Presidente da Câmara Municipal entregou ao empresário uma réplica da Lancha Poveira como “símbolo da sua resiliência, da sua luta e da sua tenacidade ao longo destes seus 87 anos”.
João Gomes nasceu em Monção em 1937. Emigrou em 1956, com 19 anos, para a Venezuela. No seu regresso, foi a Póvoa de Varzim que escolheu para investir e viver. Com alguma emoção, agradeceu a homenagem “com satisfação e alegria de um homem de trabalho e trabalhador, de luta, foi assim que cheguei onde cheguei, ao empresário e que se encontra aqui neste fraterno abraço”.
Por: José Peixoto
FotosJCM/JP
