Voz da Póvoa
 
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Empresa de Painéis Solares Energie Sobrevive a Incêndio e à Pandemia

Empresa de Painéis Solares Energie Sobrevive a Incêndio e à Pandemia

Local | 8 Junho 2020

As empresas crescem em comunicação e imagem, por isso retratamos aqui um bom exemplo:
Primeiro, um incêndio a 26 de fevereiro que destruiu parte das instalações da empresa. Depois, a pandemia do novo coronavírus. Apesar das adversidades, a Energie, a única empresa 100 por cento portuguesa a produzir painéis solares termodinâmicos, conseguiu crescer 11 por cento no mercado internacional no primeiro trimestre deste ano e mantém-se a trabalhar para responder a encomendas para o Quénia, Dubai, Holanda e República Checa.

Quando o país e o mundo questionam quem vai salvar a economia da pandemia da covid-19, o CEO da Energie, Luís Rocha, responde: “Somos uma PME que está a tentar sobreviver no meio de dois desastres. Estamos a tentar fazer o nosso trabalho, com um plano de contingência em curso, de forma a garantir a segurança de todos os nossos colaboradores. Não necessitamos de recorrer ao layoff e esperamos que assim se mantenha”.

A 26 de fevereiro, um incêndio causado por um curto circuito destruiu parte das instalações, nomeadamente a zona onde estavam armazenadas as matérias primas, o anfiteatro da empresa e ainda parte do telhado. “Foi um momento difícil, mas de imediato metemos mãos à obra. A parte produtiva não foi afetada e, apesar de algum atraso, conseguimos continuar a trabalhar. Estivemos parados apenas quatro dias”, recorda Luís Rocha.

Prestes a recuperar a velocidade cruzeiro na produção de painéis solares termodinâmicos, a Energie foi apanhada, tal como o resto do país, pela pandemia do novo coronavírus. Ainda antes do Presidente da República decretar o Estado de Emergência, a empresa decidiu acionar o seu plano de contingência. Na parte administrativa, tem havido rotatividade das colaboradoras e no setor comercial todos iniciaram de imediato o teletrabalho.

Proibiu-se a entrada nas instalações de qualquer pessoa externa à empresa, equiparam-se os colaboradores da produção com luvas e máscaras e delimitou-se a área em que se podem movimentar. A par das pulverizações de higienização das matérias primas que vão chegando e das próprias instalações, colocou-se gel desinfetante por toda a fábrica. Na cantina da empresa, os colaboradores estão escalados na hora de almoço e há um profissional de saúde que se desloca, regularmente, às instalações.

Apesar dos seus 62 anos, e de estar numa faixa etária de risco, Luís Rocha está todos os dias na empresa. “Tenho de dar o exemplo. Com as devidas precauções e cuidados, é necessário manter a Energie a trabalhar e o exemplo vem de cima”, alude.

É inegável que o mundo está a atravessar uma fase de desaceleração económica, mas, ainda assim, o primeiro trimestre deste ano foi positivo para a Energie. Comparativamente com o período homólogo de 2019, a empresa de painéis solares termodinâmicos, localizada na Póvoa de Varzim, subiu em 11 por cento o volume de negócios para o mercado internacional. Nestas contas não está incluído o mercado Ibérico, no qual o resultado foi ainda melhor. Entre janeiro e março, o volume de negócios aumentou 12,28 por cento em Portugal, face a 2019, enquanto que em Espanha o crescimento atingiu os 19,83 por cento. No entanto, e segundo Luís Rocha, o mercado espanhol “fechou”, depois do acelerar da pandemia, tendo as encomendas sido, entretanto, “suspensas”.

Mas o trabalho continua e a empresa está a regressar à normalidade, nomeadamente com o regresso de alguns dos colaboradores ao trabalho presencial. A produção continua. Há painéis a serem produzidos, neste momento, para países como o Quénia, o Dubai, a Holanda e a República Checa. “Estamos e queremos continuar a trabalhar, na certeza de que são mais as adversidades do que as facilidades. A economia desacelerou, naturalmente, mas não pode parar. Tanto mais que, com esta pandemia, tornou-se ainda mais evidente a necessidade da aposta nas energias renováveis”, adverte Luís Rocha.

Para já, os principais constrangimentos da empresa prendem-se com o fornecimento da matéria prima. Depois do prejuízo provocado pelo incêndio, que fez desaparecer todos os materiais em stock, há agora o problema do seu fornecimento. Mais uma vez, descreve o CEO da Energie, a empresa está pronta para “arregaçar as mangas”. “Estamos a procurar novos fornecedores e, nomeadamente, a equacionar a produção de algumas peças e componentes em Portugal que antes estávamos a exportar”.

Quanto ao futuro, Luís Rocha mostra-se expectante, considerando que “é importante continuar as deixar as empresas trabalhar”. “Todos estamos conscientes da necessidade de cumprir as regras de higiene e segurança, de forma a minorar, ao máximo, a possibilidade contágio pelo coronavírus. Ainda assim, o mundo não pode parar e é importante que as empresas possam continuar a ser o motor da economia. Em Portugal, e no mundo”, conclui.

Da Zona Empresarial de Laúndos, na Póvoa de Varzim, a Energie exportou em 2019 para mais cerca de 50 países e cerca de 50 colaboradores. Neste momento, tem em construção uma nova unidade produtiva, cujos trabalhos se iniciaram em janeiro, num investimento de um milhão de euros.

Fundada em 1981, a Energie produz painéis solares termodinâmicos com aplicações no domínio do aquecimento central, das águas quentes sanitárias, da climatização de piscinas e do aquecimento de águas de grande volume.

 

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