Voz da Póvoa
 
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Diana Bar foi a Eira da Desfolhada do Académico de Belém

Diana Bar foi a Eira da Desfolhada do Académico de Belém

Local | 29 Outubro 2022

 

Milho rei, milho vermelho, em cada espiga a procura do feliz achado que dava o direito de abraçar todos os participantes. Recuar algumas dezenas de anos é encontrar a mocidade das redondezas a responder ao convite de uma desfolhada na casa de um lavrador. Quantos namoros ali nasciam para um lar desejado. Pão azeitonas e vinho era uma garantia como a presença de um tocador de concertina. As canções, se não as cantava, havia sempre quem do trabalho da desfolhada afinava a voz com as quadras da tradição. Homens, mulheres, moços, moças e crianças de várias idades a brincar trabalhando entre adultos, à luz das candeias acendiam o coração de alegria quando a espiga se revelava vermelha.

Da memória desses tempos se fez eira na Biblioteca Diana Bar. No sábado, a Associação Desportiva e Recreativa Académico de Belém voltou a recordar antigos costumes dos meios rurais do concelho, cabendo ao Rancho de Belém encenar fielmente os cantares da tradicional desfolhada, cujo objectivo era preparar as espigas para a futura debulhada e abrir a porta ao caminho do pão na mesa e nas manjedouras dos animais ou aves de capoeira.

O tempo fez-se de chuva, mas a saudade abrigou-se de querer e não faltaram mãos para a desfolhada, entre elas, as mãos de Sílvia Costa, Vereadora do Ambiente, que se juntou à festa e ao merendeiro.

A iniciativa que, contou com o apoio da Câmara Municipal da Póvoa, procurou entre adultos e crianças à volta do milho, partilhar saudações e abraços, mas também histórias e saberes de outras memórias ligadas ao trabalho agrícola.

A erosão dos tempos tudo muda, hábitos, trajes, vontades, perpetuar uma tradição, os afazeres de um povo que trabalhava de noite a noite - é manter as raízes que nos deram o tronco e a árvore da memória.   

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