Voz da Póvoa
 
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Dia da Cidade para Homenagear os seus e Celebrar a Póvoa

Dia da Cidade para Homenagear os seus e Celebrar a Póvoa

Local | 30 Junho 2025

 

Pelo segundo ano consecutivo, o Pavilhão Municipal acolheu a cerimónia evocativa dos 52 anos de elevação da Póvoa de Varzim à categoria de Cidade. Como fez questão de dizer o presidente da Câmara, Aires Pereira, compareceram cerca de três mil pessoas, mas o convite feito à fadista Mariza para encerrar o festivo dia ajudou imenso.
Certo é que nunca faltaram aplausos para os homenageados conforme deliberação da Câmara Municipal: com a Medalha de Reconhecimento Poveiro, grau prata: Deolinda Correia, presidente executiva da Casa dos Poveiros em Toronto, Canadá; Mário Ferraz, artista plástico com obra dispersa pelo Mundo, abraçou, há 26 anos, o Encontro pela Paz que se realiza entre Dezembro e Janeiro, na Póvoa de Varzim; Onésimo Teotónio de Almeida (não esteve presente, mas fez uma comunicação por vídeo) açoriano radicado nos Estados Unidos da América, onde foi professor catedrático, autor de vasta obra literária e presença desde a primeira edição do Correntes d’Escritas; Vítor Cardoso, natural de Argivai, astrofísico, docente e investigador, que desenvolve estudos da conexão entre as ondas gravitacionais e a génese do universo; Rangers da Póvoa Clube, fundado há 25 anos para a prática do Paintball, sendo hoje a maior agremiação da modalidade no país, representado pelo seu Presidente, Rui Leal. Com a Medalha de Reconhecimento Poveiro, grau ouro, foram homenageados o Rancho Tricanas do Cidral que deve o seu nome ao local onde, há um século, nasceu pela iniciativa de 12 pares de jovens que viram nas danças e nos cantares tradicionais, a melhor forma de se divertirem e relacionarem, e a Escola Secundária de Rocha Peixoto que em 2024 completou 100 anos do percurso de um projecto educativo em que a Póvoa de Varzim foi pioneira na região, representados respectivamente por António Castro e Samuel Fabião.
 
Foram também reconhecidos os membros da Comissão que promoveu um vasto programa cultural, durante as comemorações do 50º aniversário da elevação da Póvoa de Varzim a cidade: José Macedo Vieira, que presidiu à Comissão; Aires Pereira; Luís Diamantino; Afonso Pinhão Ferreira; José Carlos de Vasconcelos; Maria Bernardete Faria, e Sandra Amorim.
A cerimónia do Dia da Cidade, como habitualmente, contou com a interpretação do hino da Póvoa de Varzim pela Capela Marta dirigida por Tiago Pereira.
 
No seu discurso, o Presidente da Assembleia Municipal transmitiu que “o 16 de junho revela-se como um dia carregado de significado, um dia onde pretendemos valorizar a cidadania enquanto recurso social e factor de coesão municipal. E com esse singular argumento, mas colectivo de razão, assume-se também um dia de meditação, momento de reflexão, para todos e para cada um dos munícipes poveiros. É o dia onde se escreve um pouco da história do Município. Não fora a circunstância da memória de nós próprios ter a essência da comunidade”. Acrescentando que “a vida é o expoente máximo da organização e nasce do encontro”, sublinha que “a organização de encontros presenciais da comunidade como o de hoje, organização de reuniões culturais, os eventos festivos, a concentração de indivíduos em volta de objectivos comuns, mais não é que presenciar a vida das pessoas e das sociedades. Desta forma arrefecemos mais devagar seguramente, perduramos mais, e a Póvoa tem sabido organizar-se nos encontros culturais e desportivos. Caros poveiros, estamos para durar. Parabéns aos que promovem estes encontros e que potenciam a vida da comunidade que hoje celebramos”, a construção da memória municipal.

“A reabilitação da cidade, que urgia, não foi apenas cosmética”

Aires Pereira, na sua última intervenção como presidente da Câmara, lembrou a sua presença no executivo municipal há mais de três décadas, presidindo desde 2014 aos destinos da Póvoa de Varzim: “E, sendo este o último ano em que tenho a honra de presidir a esta cerimónia, não quero deixar de, ainda que de modo sumário, evocar o caminho que, desde 1994, percorri com os Poveiros – até 2013 sob a liderança do Dr. Macedo Vieira, e de então até hoje sob a minha principal orientação”.

E recorda que “a Póvoa de então era uma cidade que, em consequência de um processo caótico de crescimento urbanístico, era apontada, no espaço público e nos meios académicos, como um exemplo a não seguir: era a ‘Quarteira do Norte’. Tinha crescido como poucas terras, mas não se desenvolvera: perdera população, esta perdeu poder de compra, o desemprego crescera… A cidade experimentava a falência de um modelo que gerou a sua auto-rejeição”.

Para o autarca, a Póvoa carecia de um desígnio: “Essa foi a matriz do projecto político que, sob a orientação do Dr. Macedo Vieira, iniciámos em 94: a Póvoa ao reencontro de si mesma, com vectores estratégicos claramente definidos – a Cultura e o Lazer – porque eram (e são) aqueles que melhor traduzem e potenciam o processo evolutivo que combina a identidade, a história e o modelo de desenvolvimento em que a cidade pode ser diferente e, portanto, melhor do que aquelas com quem tem de competir. A identidade da cidade e de cada uma das parcelas do concelho; a humanização do espaço público; a unidade territorial (traduzida na diluição das fronteiras entre o urbano e o rural, ou entre o litoral e o interior – ou seja, a consideração do concelho como um todo); e a construção de uma sociedade integradora – estes foram os 4 desígnios programáticos em que assentou o projecto de reconciliação e de reencontro da cidade consigo mesma”.

Em síntese, “a Póvoa que em 1993 era uma cidade descaracterizada e em profunda recessão, era, 20 anos depois, uma Cidade Nova – a Póvoa Nova, como, entusiasmado, a identificava o saudoso Manuel Lopes, que assim ofereceu o título ao livro que, relatando esta caminhada reabilitadora, o Dr. Macedo Vieira publicou, para memória futura”.

Em 2013 é a vez de Aires Pereira projectar a imagem da cidade e a sua competitividade. Entre tantos outros projectos concretizados, destaca a substituição da Praça de Touros “o projecto (a meu ver, muito feliz) que ali concretizámos, preserva a ideia do edifício pré-existente, adequando-o à contemporaneidade. No fundo, a Praça continua entre nós, numa reconstrução interpretativa de valores culturais e formais. Até o novo nome, ARENA, sugere esta linha de continuidade formal do edifício – que será, não duvido, a estrutura de animação que faltava à Póvoa para o combate à sazonalidade que ainda persiste nas áreas estruturais, da Cultura e do Lazer”. Será inaugurada no dia 5 de Julho, antes das rusgas no Estádio do Varzim.

Para o Presidente da Câmara “a Póvoa de Varzim é, hoje, uma cidade próxima dos seus residentes e com sentido de comunidade”, afirmando que “hoje, é o nosso dia 10 de junho, o Dia da Póvoa de Varzim, e temos motivos para celebrarmos em conjunto, uma comunidade feliz que gosta da nossa cidade e do nosso concelho e, assim, integra todos num ambiente de paz e alegria”.

A Celebração do Dia da Cidade terminou com a fadista Mariza a interpretar fados bem conhecidos e algumas novidades que irão surgir no seu próximo trabalho discográfico. O espectáculo terminou com um monumental aplauso.

Por: José Peixoto
Fotos: JCM

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