O último dia do Correntes d’Escritas contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Cine-Teatro Garrett, na cerimónia de encerramento do evento onde habitualmente são entregues os prémios literários, com destaque para o Prémio Casino da Póvoa.
O Vice-Presidente e Vereador da Cultura, Luís Diamantino, que por terminar a este ano a sua intervenção pública, já tinha sido agraciado com uma oferta de um Corta Papel pela equipa do Correntes d’Escritas, voltou a ser reconhecido, desta vez, em nome do município pelo Presidente da Câmara, Aires Pereira, com a Medalha de Reconhecimento Poveiro, um gesto “da mais elementar justiça”, a uma pessoa “que tem sido a alma das Correntes, tem sofrido muitas vezes sozinho, lutado contra as adversidades” e que merece que esta homenagem “seja feita junto daqueles que abrilhantam o evento há 26 anos”.
Num momento de celebração e de encontro “um evento desta natureza não é propriedade de ninguém. Pertence à Póvoa de Varzim, ao país e a todos os que participaram e participam neste acto de cultura”.
Também o Presidente da República que já tinha condecorado Manuela Ribeiro, há cinco anos, revelou a intenção de fazer “a devida homenagem nacional a Luís Diamantino”, como sinal de “enorme gratidão por tudo aquilo que fez ao long dos últimos 26 anos”, um incansável trabalho de promoção do livro e da Literatura.
Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de vir à Póvoa condecorar, na pessoa do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, o grande festival literário com o título de Membro Honorário da Ordem de Mérito. O Chefe de Estado decidiu “este ano homenagear a ideia, o conceito, a obra chamada Correntes d’Escritas”. Para o mais alto magistrado da nação, sem o festival “a Póvoa é menos Póvoa, o Norte é menos Norte, Portugal é menos Portugal, a Língua é menos Língua, as pessoas são menos pessoas e viver é menos viver”. Tudo seria menos sem o encontro de escritores de expressão ibérica, Correntes d’Escritas.
E resume o sucesso do evento literário: “Aqui sentimo-nos bem. Todos. Com a Póvoa, com o passado já feito, com o presente que se faz e o futuro que já se começou a fazer. Mesmo em tempos de desesperança, que não o são, há sempre um lugar de esperança nos mais escuros tempos de breu”.
Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda o desejo de próspero futuro ao Correntes d’Escritas, que será possível pelo trabalho e entrega “dos autarcas, da gente desta casa, dos mecenas aos organizadores, dos escritores, editores aos estoicos livreiros que ainda existem, e dos fazedores da nossa leitura e com ela da nossa felicidade”. Enquanto houver literatura, haverá Correntes d’Escritas.
Por José Peixoto
Fotos: Rui Sousa