Encontrada foi e já ali se edificava há muitos anos. As rugas do tempo eram bem visíveis, foi preciso meter mãos à obra e recuperar-lhe a beleza de outrora. No dia 28 de Julho, na inauguração recebeu o baptismo de Casa da Memória da Paróquia da Matriz. A cerimónia contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, o Arcebispo Primaz de Braga, D. José Cordeiro, e o Padre Avelino Castro.
A bênção do novo edifício coube a D. José Cordeiro, que lembrou aos presentes que “a memória tem esta força e capacidade de unir o passado ao presente e ao futuro”. Entre outras palavras e memórias recordou o Padre António Torres, um exemplo na elevação de uma “Igreja de portas abertas aos crentes”. E acrescentou: “estamos aqui a testemunhar a memória do futuro, e de bem-fazer memória dos que peregrinaram antes de nós e nos abriram novos horizontes”.
Por sua vez, o padre Avelino Castro explicou as novas funcionalidades do recuperado edifício: “Foi o município da Póvoa de Varzim que se responsabilizou no apoio à execução de obras de reabilitação deste edifício centenário existente, visando a sua adaptação, sendo hoje lugar para glória, Casa Mortuária e espaço museológico, do qual damos o nome de Casa da Memória”.
No seu discurso, Aires Pereira confessou que este foi um trabalho que “perpetua a memória de todos aqueles que contribuíram para que chegássemos aqui hoje”, só possível pela força da união e disponibilidade da comunidade “para ajudar os outros, e que soube esperar”.
O Edil fez ainda questão de recordar e evocar a memória “de uma pessoa que já não está entre nós, o Padre António Torres, que dizia que tinha por cumprir com a Paróquia da Matriz, a construção das Casas Mortuárias”. Entre as recordações de uma última vez que falou com o antigo padre da Matriz, sublinhou a sua alegria pela solução encontrada que, “iria permitir preservar a memória do antigo edifício que existia aqui, muito abandonado”.
No seguimento, Aires Pereira assumiu que “incumprir com os vivos é uma falha como outra qualquer, com quem já não está aqui connosco seria uma falha imperdoável”. E deixou também uma “palavra de grande reconhecimento ao Padre Avelino Castro, “por este entendimento que nos permitiu chegar aqui, com uma obra onde tudo tem significado, desde os puxadores à simbologia interior, tudo tem uma explicação, um magnífico trabalho que irá permitir que a memória desta comunidade não se apague”.
O restante arruamento em falta está em fase final de negociação dos terrenos, assim como “libertar este edifício belíssimo da Igreja da Matriz de todas as construções adjacentes feitas por necessidade ao longo do tempo” será para o Presidente da Câmara Municipal o passo seguinte.
Fotos: JCM/cm