Voz da Póvoa
 
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Associação Empresarial é da Póvoa de Varzim

Associação Empresarial é da Póvoa de Varzim

Local | 14 Setembro 2020

A Associação Empresarial da Póvoa de Varzim foi constituída por alvará régio, datado de 13 de Abril de 1893 e assinado por «El rei» D. Carlos e pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios das Obras Públicas, Comércio e Indústria, Bernardino Luís Machado Guimarães. Em 1998 foi distinguida pela Câmara Municipal com a Medalha de Ouro de Reconhecimento Poveiro.
 José Gomes Alves nasceu em Beiriz em 1952. É formado em Contabilidade e Administração no Antigo Instituto Comercial (Actual Instituto Superior de Contabilidade e Administração). É administrador das empresas G.A Correctores de Seguros, Lda; Medicassur, Lda; Quinta dos Olmais, Lda; e dos meios de informação e comunicação, Póvoa Semanário e Radio Onda Viva. Entre outros cargos, é presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Profissionais de Seguros e Tesoureiro do Conselho Fiscal da Ordem dos Templários. Em 2009, assumiu a presidência da Direcção da Associação Empresarial da Póvoa de Varzim.

“Entrei na Associação Empresarial com a intenção de fazer um curso de informática. Era Administrador Geral do jornal A Voz da Póvoa e os computadores eram já uma ferramenta usada pelos jornalistas. Como não percebia nada, mesmo que estivesse um computador ligado, não lhe mexia. A curiosidade levou-me a inscrever num curso de Informática e entrei também para associado. A partir daí, comecei a perceber um pouco de informática, o básico, mas que deu muito jeito. Algum tempo depois, convidaram-me para o Conselho Fiscal e a seguir para presidente da Direcção. Ainda hoje, as pessoas que estão comigo na direcção são praticamente as mesmas. Quando entrei, o meu maior espanto foi encontrar uma dívida de mais de 100 mil euros. Nunca pensei que uma Associação Empresarial tivesse dívidas. Sempre achei que as pessoas deveriam fazer as coisas conforme o dinheiro. Estava tudo hipotecado à Caixa Agrícola e ainda se mantem a hipoteca, muito embora já não se deva nada”, revela.

Para Gomes Alves, a Associação Empresarial era uma instituição de elite: “Tinha a Escola do Grémio, onde andavam os filhos dos comerciantes, pessoas que até foram secretários de Estado e ministros das Finanças, como Miguel Cadilhe. Com o 25 de Abril, deveria ter continuado, mas acabou e nunca mais se criou uma Escola Profissional, como têm algumas associações comerciais e empresariais que dessa forma asseguram a sua estabilidade financeira. No nosso caso, tivemos que incrementar o aumento de sócios e todos os anos o temos conseguido. Numa década quase duplicamos o número, até os mais de 100 expositores da Feira de Velharias são sócios. O preço das quotas é simpático, seis euros por mês”.

E acrescenta: “O principal trabalho da Associação é apoiar as empresas, por outro lado, fazemos projectos para associados. Conseguimos também manter a formação por módulos. Se uma empresa precisa de um funcionário especialista em atendimento, nós temos 50 horas para o formatar para aquela área. Temos todo o tipo de formação, desde Informática, Inglês, Agricultura ou Hotelaria. Fazemos sempre o estudo das necessidades das empresas, o que precisam em termos profissionais. Tentamos que os cursos sejam uma mais-valia para os nossos empresários. Já chegamos a ter 70 formadores num mesmo período de tempo. Neste momento, devido à pandemia, estamos a funcionar com uma ou duas turnas, porque não temos espaços amplos que permitam salvaguardar as distâncias recomendadas pela Direcção-Geral da Saúde. É um problema, porque temos um volume de formação para cumprir, do Portugal 2020”.

Segundo Gomes Alves, a Associação Empresarial recebe muitas queixas e participações de acções da autarquia, menos compreendidas pelos cidadãos: “A Câmara mandou encerrar a Avenida dos Banhos, para facilitar o distanciamento entre as pessoas, mas os comerciantes ligavam para a Associação a queixar-se da situação, porque ninguém os ouvia. Recebemos imensas reclamações de facturas abismais de água. Sobre a tenda, que este ano devido ao Covi-19 não foi montada junto ao cais, tivemos imensas reclamações de negócios ligados à restauração e hotelaria. Tentamos sempre esclarecer e fazer chegar as queixas à autarquia. Não se trata de fazer qualquer oposição, mas apenas tentar controlar as queixas e acalmar o queixoso, porque é pior o seu descontrolo. Sabemos que uma parte dos presidentes de Câmara foram presidentes das associações comerciais ou empresariais, como aconteceu em Barcelos, Penafiel, Porto ou Felgueiras, onde os dois últimos presidentes de Câmara saíram da associação comercial daquela cidade. Isto, para quem está no poder soa um pouco a contrapoder”.

A Feira das Velharias vai sair da Praça do Almada para a Praça Luiz de Camões, mas também da alçada da Associação Empresarial: “Não quero pensar que a Associação seja um alvo a abater. Como presidente da Direcção deveria ter sido ouvido. Chamaram-me só para comunicar que iam mudar a Feira das Velharias para a Praça Luiz de Camões, porque tinha melhores condições. Respondi que não tinha problema, mas afinal não é a Associação que vai organizar, é a Junta de Freguesia. A feira rendia cerca de 800 euros por mês, pagava o salário a um funcionário. Desde 1997 que a Associação Empresarial organiza a Feira das Velharias, registada no roteiro do Coleccionismo e acontece no segundo Domingo de cada mês, em Vila do Conde é no terneiro Domingo. Mas, há uma escala onde entra Esposende, Viana do Castelo e outras cidades. Os mais de 100 expositores são associados e, creio que não vão ficar calados, até porque alguns já pagaram o sobrado até ao final do ano. Temos uma Assembleia Geral marcada para 17 de Setembro, vamos ver o que vai dar. Os expositores devem aparecer, mas o que foi anunciado é que a Feira das Velharias vai ficar na jurisdição da Junta de Freguesia. O Delegado de Saúde já autorizou as feiras. Tudo terá que ficar clarificado e aprovado em Assembleia Municipal, o executivo não pode decidir”.

Gomes Alves administra várias empresas ligadas a actividades financeiras e de seguros, de saúde, agrícola e, de informação e comunicação. Foi nos seguros que se tornou empresário mas, “ao contrário do que muita gente pensa não cheguei à Comunicação Social há dois dias. Se a memória é o que era, em 1994 comprei com o Virgílio Tavares, a Rádio Mar, que era pertença da Sopete. Quatro anos depois fundamos o Póvoa Semanário. Mais recentemente, adquiri as instalações e a Rádio Onda Viva. Já o meu primeiro contrato de seguro foi feito em 1971, precisamente para o Morris Mini, que comprei. O seguro automóvel ainda não era obrigatório. Depois, comecei a fazer para as minhas professoras e alguns amigos. Fui criando uma estrutura. Na altura não era obrigatória a certificação. Isso só aconteceu em 1979. Tudo o resto veio a seguir, com muita entrega, trabalho e profissionalismo. Do céu cai chuva, mas prefiro sempre o Sol, mesmo de pouca dura”.

 

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