Voz da Póvoa
 
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As Distinções que Honram os Poveiros

As Distinções que Honram os Poveiros

Local | 19 Junho 2021

O Dia da Cidade marca o fim de uma Vila que foi a Póvoa de Varzim até 15 de Junho de 1973. Contaram-se os anos, e um dia, a memória quis que os seus mais ilustres cidadãos ou associações fossem homenageados, na data em que a terra do Cego do Maio, ganhou o estatuto de cidade, 16 de Junho de 1973.
 
Por sugestão do Presidente da Câmara Municipal, foi aprovada em Reunião de Câmara, distinguir no 48º aniversário da elevação da Póvoa de Varzim a cidade, com a Medalha de Reconhecimento Poveiro, Luís dos Santos Leal, com a Medalha de Cidadão Poveiro, Armando José Reis Soares Ferreira, e ainda com a Medalha de Reconhecimento Poveiro - grau ouro, coro Capela Marta e o Rancho Folclórico de São Pedro de Rates. A cerimónia teve início com o hino da Póvoa de Varzim, interpretado pelo coro Capela Marta.

Para o jornalista Luís Leal, ainda em actividade aos 86 anos, todo o seu trabalho foi conduzido a pensar na terra que o viu nascer: “A causa poveira sempre em primeiro lugar, quer fossem as colectividades ou os bairros”. Enquanto impulsionador do Plano de Promoção de Atletismo da Póvoa de Varzim, “a única intenção foi levar o desporto a todas as freguesias do concelho. O tempo possibilitou a melhoria das infraestruturas e sinto uma pontinha de orgulho e satisfação, mas tudo o que fiz está pago pelas honrarias e homenagens que recebi”.

Por seu lado, o agora general, Armando Soares Ferreira, antigo comandante da Escola dos Serviços, em Beiriz, onde dedicou quase 20 anos de serviço, depois de agradecer a distinção, recordou a abertura das portas do quartel à comunidade: “Os militares são pessoas normais. Recordo, na minha juventude, ter passado à porta do antigo quartel da Póvoa e de dizer ao militar de serviço, que um dia seria comandante daquela unidade. Na verdade ter liderado a Escola dos Serviços foi um momento único na minha carreira. Esta nobre distinção é extensiva a todos os militares da unidade sediada em Beiriz”. 

O meio século de actividade do Rancho Folclórico de S. Pedro de Rates recebeu a merecida homenagem e o seu presidente, José Matias, destacou que “este era o momento mais marcante da vida do Rancho que muito tem feito pela divulgação dos cantares e tradições da terra, um pouco por todo o país, mas também junto das comunidades emigrantes”. Depois de enumerar várias pessoas que deram razão à existência do Rancho e ajudaram na divulgação do folclore e da etnografia da Vila de São Pedro de Rates, acrescentou que “gostava de ver em Rates uma rua com o nome de Rancho Folclórico”.

A última chamada coube ao coro Capela Marta, que completou 70 anos de actividade ininterrupta. O seu presidente, João Magalhães recordou que a medalha era extensiva a todos os elementos: “Destaco o presidente honorário, Tomás Pontes e o fundador Antoninho Marta, sem esquecer Albino Maio. Esta distinção traz responsabilidades acrescidas, mas também os nossos corações crescem de incomensurável orgulho. Merecemos a Póvoa e a Póvoa merece-nos, nesse sentido, temos como objectivo a criação da Capela Marta Júnior, para assegurar o futuro”.

Depois das homenagens, Afonso Pinhão Ferreira, Presidente da Assembleia Municipal, no seu discurso afirmou que “este é um dia carregado de significado onde se pretende valorar a cidadania. Qualquer existência assenta no princípio de ser única e irrepetível. O jornalista Luís Leal e o coronel Armando Soares Ferreira, são personalidades que autorizam um caminho narrativo histórico-social verdadeiramente notável”. Quanto ao Coro e ao Rancho Folclórico, “são instituições que nos envaidecem. O folclore e o cântico oral são parte integrante da cultura de um povo. Os 70 anos do coro Capela Marte e os 50 anos do Rancho Folclórico de S. Pedro de Rates, são já inseparáveis do património imaterial do município da Póvoa de Varzim, e este reconhecimento, certamente irá ser fonte motivadora para que a sua ‘performance’ seja mais uma forma da nossa afirmação no mundo”.

A pandemia impediu a realização da cerimónia no ano passado, mas para Aires Pereira o justo e merecido reconhecimento tinha que ser concretizado antes do fim do mandato, “ainda bem que as restrições aliviaram e possibilitaram este momento de afirmação da Póvoa de Varzim como um território sustentável e cooperador, mas também desenvolvido ao nível cultural, social e económico. Um concelho com o rumo certo”. O ambiente sustentável e a economia circular centrada no reaproveitamento dos resíduos, integrou o discurso do presidente que recordou que, “antes da pandemia vivíamos deslumbrados numa modernidade assente na tecnologia omnipotente e no consumo ilimitado e quase sempre irreflectido”. A pandemia abriu cortinas na poluição que permitiram ver o outro lado da montanha e a importância das alterações climáticas “pela positiva temos feito a nossa parte. Não passa despercebida a ninguém a revolução verde que temos em curso no concelho. Abrimos ciclovias e percursos pedonais, desde a orla costeira até ao interior do concelho. Temos um modelo que combina a prática desportiva com o lazer activo, a paisagem natural com o património cultural, e o turismo de natureza com a economia local”.

Ao nível da qualidade de vida para atrair novos habitantes “criámos uma cidade sem barreiras físicas e sociais. Somos o município da área metropolitana que apresenta a menor taxa de desemprego. Creio que este será o século das cidades, onde a população se vai concentrar e de forma cada vez mais acentuada. Como revelam os indicadores imobiliários, a cidade da Póvoa é hoje, altamente sedutora e atraente. Isto só foi possível com visão estratégica e uma liderança firme aliada à paciente perseverança das sucessivas gestões da cidade”, concluiu Aires Pereira.

 

 

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