Voz da Póvoa
 
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APMSHM Repudiam declarações de Deputado do PCP e do BE

APMSHM Repudiam declarações de Deputado do PCP e do BE

Local | 30 Janeiro 2025

APMSHM Refuta declarações de Deputado do PCP e do BE

APMSHM - Associação Pro Maior Segurança dos Homens do Mar refuta em Comunicado declarações dos deputados, António Filipe, do PCP, e de José Soeiro, do Bloco de Esquerda, na Assembleia da República.

Comunicado:

Há muitos anos que a pesca enfrenta um grave problema: a falta de mão-de-obra. Contudo, é importante salientar que esta dificuldade não é exclusiva do sector. Trata-se de um desafio transversal que também afecta áreas como a restauração, a hotelaria, a construção civil e a agricultura.

Por iniciativa da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, os pescadores, encontraram uma solução provisória para manter o sector em atividade – o recurso à mão de obra estrangeira.

Infelizmente, os nossos filhos já não querem seguir esta vida, nem os milhares de cidadãos da União Europeia mostram interesse por esta profissão.

Encontramos nos trabalhadores indonésios, homens com vontade de se fazerem ao mar nas nossas embarcações, e por isso, estamos-lhes profundamente gratos.

Desde as primeiras contratações, foi assegurado pela Pró-Maior condições dignas para esses trabalhadores:

- Pagamento das viagens de ida e volta;
- Alojamento e alimentação;
- Remuneração nunca inferior ao salário mínimo nacional.

São profissionais que fazem os seus descontos e contribuem para a sustentabilidade do sector.

Que fique claro que, quando se contabilizam todas as despesas, estes trabalhadores custam aos armadores muito mais do que o salário médio nacional. Ainda assim, escolhemos pagar esse preço para garantir tripulações completas e a continuidade da pesca.

Ao contrário do que alguns afirmam, esta não é uma solução fácil, nem impede a contratação de trabalhadores nacionais. A verdade é que não há portugueses interessados em trabalhar na pesca.

Por tudo isto, as declarações do deputado António Filipe, do PCP, e do deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda, são profundamente graves.

Revelam total desconhecimento do setor e desconsideram o esforço de centenas de armadores que lutam diariamente para manter as suas empresas em funcionamento.

É particularmente grave que estas críticas sejam dirigidas ao Norte, ofendendo a honra de uma classe trabalhadora que faz inúmeros sacrifícios para sustentar a pesca nacional. Mais grave ainda, estas declarações demonstram a impreparação de quem deveria representar a nação no debate sobre este tema.

Deputado António Filipe e Deputado José Soeiro, convidamo-los a sair do conforto do vosso gabinete e a visitar os portos do Norte. Vejam de perto a realidade dos nossos pescadores e compreendam os desafios que enfrentamos, e tenham a coragem de experimentar uma, apenas uma maré no mar.

Deputado José Soeiro, apenas uma viagem bastará para que valorize os homens que insultou, difamou e cuja honra denegriu publicamente.

Entretanto, exigimos um pedido de desculpa. Exigimos que se retrate publicamente perante os pescadores que ofendeu.

Enquanto isso não acontecer, as Associações representativas do sector no Norte: VIANAPESCA, APROPESCA, APPLN, AAPN e a Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, não aceitarão receber deputados do PCP nem deputados do BE.

Recordamos que o deputado do PCP, António Filipe, é contra a opção de alargar o tempo de presença na mesma categoria profissional dos marítimos, e acrescentou que se os armadores “pagassem bons salários, tinham trabalhadores nacionais e estrangeiros interessados”. Sublinhando que o partido não vê “os imigrantes como uma ameaça”, mas com o alargamento do tempo de uma categoria o que “se pretende é alimentar um sector económico à custa de mão-de-obra barata”.

Por sua vez, o deputado do BE, José Soeiro, fez as mesmas críticas e não duvida que “foi completamente irresponsável acabar com as manifestações de interesse, que permitia a regularização dos pescadores estrangeiros”. E referiu que “é preciso que, além de regular, estes marítimos tenham condições e sejam pagos de forma digna”.

Foto: Rui Sousa

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