Voz da Póvoa
 
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A Póvoa MARCA o Que é Nosso Como Ninguém

A Póvoa MARCA o Que é Nosso Como Ninguém

Local | 6 Fevereiro 2022

O Município convocou e o Salão Nobre dos Paços do Concelho encheu de produtores e comerciantes que, assistiram ao final da tarde de quinta-feira, à entrega formal pela Câmara Municipal dos pedidos de reconhecimento de Indicação Geográfica Protegida (IGP) de três produtos locais: Cebola da Póvoa, Couve Penca da Póvoa e Tomate Coração de Boi da Póvoa.

Durante a cerimónia, o presidente da Câmara, Aires Pereira, entregou em mãos o documento que inicia o processo de certificação a Carla Alves, directora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, que deverá estar concluído até ao final do ano corrente.

“É um dia histórico para o norte do país. Os três hortícolas são uma excelente aposta da Póvoa, porque se trata da valorização destes produtos e ao mesmo tempo criar uma nova dinâmica para que haja mais produção. A sua reputação no mercado é já muito grande e sabemos que o consumidor ao comprar prefere produtos de qualidade associados à origem”, reconhece Carla Alves.

A directora Regional acrescenta que a reputação dos produtos “possibilitou fazer o caderno de justificações que hoje nos apresentaram. É importante mostrar esta especificidade e o que tem de diferente para merecer esta protecção comunitária. É fundamental que depois de ter o processo concluído - e sabemos que é algo complexo e moroso - no final há sempre uma entidade gestora das marcas, no caso a Horpozim. O que importa depois de sermos detentores destas marcas é implementar uma estratégia de certificação para que sirvam uma nova dinâmica de produção destes hortícolas”.

A sessão serviu também para o lançamento de ‘A Póvoa Marca’, um primeiro passo dado pelo projecto promovido pelo Município e que pretende valorizar a qualidade e certificação de produtos locais, evitando utilizações indevidas ou sem referência de origem da Póvoa. A sua implementação vai também permitir no futuro, abranger o apoio à criação e divulgação de marcas tradicionais com uma componente de inovação no concelho, tal como a conserva Poveira.

Para Manuel António, presidente da Horpozim, foi dado um passo importante na valorização dos produtos hortícolas locais: “Temos a noção que é uma maratona que estamos a fazer para tentar que a actividade tenha uma rentabilidade suficientemente atractiva para as novas gerações. Sentimos que há necessidade de rejuvenescer o tecido empresarial no que se refere à produção hortícola. Temos que defender melhor o nosso produto junto do consumidor, sabendo que concorremos com outras zonas de produção e temos que fazer bem o nosso trabalho”.

E explica a escolha feita: “Estes três são produtos bandeira, outros se seguirão, mas o facto de estarem já reconhecidos no catálogo nacional de variedades, no caso a couve penca e a cebola, vem facilitar um pouco a nossa tarefa e, por outro lado, o tomate coração de boi é um dos produtos que neste momento tem aumentado a área de produção e é dos que melhor rentabilidade dá ao nível da produção”.

A certificação não está limitada à zona geográfica, explica Manuel António: “Na realidade a IGP permite que a produção possa ser fora desta zona geográfica, basta que esteja envolvida a questão da semente e dos viveiros na sementeira da planta. Sabemos que hoje produz-se mais penca da Póvoa fora do concelho do que na nossa zona, mas os alfobres no Rio Alto, nos terrenos de areia, são muito procurados por produtores de outras regiões que vêm cá buscar as plantas, para depois poderem produzir nas suas terras. Isto é reconhecer à partida o potencial de sabores e qualidade que temos e, ao mesmo tempo, garante rendimento às pessoas que se dedicam a essa actividade. A nossa intenção é não deixar ninguém de fora e se possível acrescentar valor ao produto em todas as etapas comerciais”. No concelho da Póvoa são cerca de dois mil empresários que se dedicam à prática da produção hortícola.

O Futuro da Certificação de Produtos Poveiros Está em Marcha

Aires Pereira esclareceu o facto do lançamento da Marca acontecer no mesmo dia da entrega do pedido formal da certificação dos três produtos hortícolas: “Como era o primeiro passo, decidimos também fazer o lançamento d’A Póvoa Marca, que é uma designação que todos os produtos de origem local vão poder ostentar como forma de diferenciar, e não são só os hortícolas. É uma marca que foi trabalhada com os nossos principais símbolos, o Cego do Maio e as nossas siglas, por forma a ter uma ampla divulgação. A Camisola Poveira acabará por levar esta marca. Temos já a licença que irá permitir a sua certificação”.
 
O edil destaca também a presença massiva de interessados: “Juntamos no mesmo espaço o produtor, o viveirista, o armazenista e o comerciante, ou seja, toda a fileira da produção hortícola do concelho. A sua adesão em grande número é um sinal da importância do trabalho que estamos a fazer e reconhecem a utilidade que a atribuição de uma denominação de origem pode ter em termos de valor acrescentado deste produto”. E acrescenta: “O nosso esforço é criar esta identificação e fornecê-la aos nossos produtores, para que possam produzir de acordo com estas normas, com esta marca europeia, que abrirá caminho à utilização destes nossos produtos. De alguma maneira, estamos a antecipar o futuro do que serão as regras de comercialização de produtos. À colaboração entre a Câmara Municipal e a Horpozim, juntou-se o interesse que os agricultores tiveram em ajudar na elaboração dos cadernos de especificação, por forma a certificar o produto de acordo com a forma de produção no nosso concelho”.

A Póvoa de Varzim é pioneira no pedido de certificação de produtos hortícolas, o que engrandece e responsabiliza todos os envolvidos: “Toda a gente utiliza o nome da Póvoa para vender os nossos produtos. Somos consumidores e vemos nos mercados a designação penca da Póvoa, cebola da Póvoa ou tomate Coração de Boi. Isto só se pode traduzir numa marca de qualidade e é esta marca que queremos dar aos nossos produtores e às gerações mais novas, que a agricultura é uma actividade muito relevante e que podem apostar nas hortícolas porque é uma produção com futuro qualificado, que tem também regras ambientais sobre o ponto de vista da sustentabilidade. Creio que dentro de muito pouco tempo não será possível comercializar produtos para a nossa alimentação sem estarem certificados. É esse passo que estamos a dar”, concluiu Aires Pereira.

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