Voz da Póvoa
 
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A Nova Feira das Velharias

A Nova Feira das Velharias

Local | 1 Julho 2021

Fazer acontecer obedece quase sempre à capacidade que temos em transformar, reproduzir, reinventar ou criar algo de novo no velho. A Feira das Velharias que teve como cenário a Praça do Almada, durante vários anos, mudou-se de malas e bagagens com as velharias e antiguidades para um novo palco na Praça Luís de Camões. Convém recordar que a pandemia não deixou expor durante mais de um ano, tendo a Feira das Velharias e, agora também, de Artesanato, regressado no dia 13 de Junho. A organização, passou a ser da responsabilidade da Junta de Freguesia, que associou à feira, pela primeira vez, a venda de artesanato. Realiza-se no segundo Domingo de cada mês.

Em tempos de pandemia, as exigências e normas obrigam a redobradas atenções, e abrir um desejo deixa sempre um nervosismo miudinho, como fez questão de revelar, Ricardo Silva, Presidente da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai: “Era um regresso que foi sucessivamente adiado e havia uma certa ansiedade. Era numa zona completamente diferente da anterior e havia a questão de integrar também uma feira de artesanato entre as velharias. Esta aposta passava por trazer dois tipos de clientes e ao mesmo tempo duplicar o número de interessados em comprar, contudo nos preocupava que as coisas pudessem correr mal, mas correram bem e realmente, apareceram clientes para os dois negócios”.

Ao nível do espaço disponível: “Penso que a feira ficou a ganhar porque é realmente uma zona onde há mais estacionamento, além da proximidade à Central de Camionagem. Tem também uma vantagem em relação à Praça do Almada, está muito perto de uma das principais entradas na Póvoa de Varzim, seja para quem vem da A28 ou de Barcelos”.

Quanto ao número de expositores, Ricardo Silva revela que, “estiveram na feira 98. Demos prioridade aos comerciantes da Póvoa, tal como aos artesãos. Fizemos uma faixa junto aos relvados do jardim para as velharias, sendo a faixa central destinada ao artesanato. Tivemos como ponto de atracção, uma oficina com artesãs da Camisola Poveira, dos cursos de formação da Junta de freguesia, e fizemos uma exposição de Camisolas Poveiras. A intenção é ter uma novidade em cada feira, um workshop, leilões tendo por base 1 euro, para cativar a atenção das pessoas. Podemos no futuro ter actividades recreativas das associações poveiras. Naturalmente, tudo tem que ser feito dentro das normas de segurança, há actividades cuja realização ainda não é possível”.

E acrescenta: “O plano de Contingência obriga limitar a 100 expositores, porque temos que ter um certo distanciamento entre eles. Enquanto durar esta situação vamos manter o número. Neste momento, os expositores têm um espaço fixo de 3 por 2 metros. Isso implica uma melhor organização, mas limita porque há comerciantes que queriam um espaço maior e outros mais pequeno. Logo que a pandemia deixe de fazer mossa, em termos de economia de escala, poderemos criar mais 30 ou 40 lugares. Também estamos a fazer uma fiscalização apertada daquilo que é vendido na feira. Pretendemos que se cumpra o que está no regulamento, isto é, que se venda artesanato, velharias e antiguidades. Não queremos que se vendam usados ou coisas novas, como roupas ou calçado, que nada têm a ver com este tipo de feiras. Avisamos os comerciantes que, se não cumprirem os regulamentos perdem o lugar na feira. Queremos também que seja um lugar agradável onde se pode estar e ter um bom acesso àquilo que se procura. Queremos ter uma imagem de organização e de impacto visual que também valoriza quem vende. Vamos continuar a fazer a promoção de oferta de 100 vales de um euro às primeiras 100 pessoas que entrarem na feira. Quem cobre esse valor é a Junta de Freguesia através da receita das inscrições dos expositores. Pretendemos que as pessoas não se limitem a passear e a ver, mas também a comprar alguma coisa”.

A Junta da Póvoa apresentou recentemente ‘Saudades do Mar’, uma colecção de livros demonstrativos da cultura poveira: “Tínhamos há já algum tempo esta ideia de publicar livros, sem colidir com a colecção da Biblioteca Municipal ‘Na Linha do Horizonte’. A ideia passa por fazer um reinvestimento na nossa cultura e identidade, publicando obras de autores que têm interesse para os poveiros, como o fizemos com a obra de Cândido Landolt ‘Bodas de uma Poveira’, que retrata a vida da mulher na Póvoa. O livro era para ser lançado no Dia da Mulher, mas por fortuna acabou lançado no Centenário da morte do escritor e jornalista, no dia 12 de Junho. Este livro, apesar de ser o número 1, foi lançado posteriormente ao número 2, que foi ‘O Pai Natal Poveiro’, um livro infantil que espelha aspectos da cultura poveira. Brevemente, publicaremos ‘A Favorita de Dom Sanches’ de Sofia Teixeira”.

Com o São Pedro à porta, mas a hesitar abri-las, Ricardo Silva recorda um apelo e deixa um elogio: “No ano passado, tivemos o cuidado de enviar mensagens de cautela e de resguardo, naquilo que são as festividades do S. Pedro. Este ano, aos poveiros, devo dizer que a mensagem é de parabéns, pela forma como se têm comportado e pela atitude que têm seguido perante esta pandemia. Penso que já se vê a luz ao fundo do túnel, mas reforço o meu aplauso aos poveiros porque têm sido um bom exemplo”.

 

 

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