O Salão Nobre dos Paços do Concelho, no dia 26 de Fevereiro, foi o palco da assinatura de Declaração de Colaboração de Adesão à Rede Portuguesa do Turismo Industrial, celebrada entre o Município da Póvoa de Varzim representado pelo Presidente Aires Pereira, o Turismo do Porto e Norte de Portugal, pelo Presidente Luís Pedro Martins, e a Ourivesaria Tavares, representada pelo sócio-gerente Carlos Tavares.
Aires Pereira felicitou a Ourivesaria Tavares por mais um importante passo enaltecendo os seus responsáveis pelo “trabalho magnífico sob o ponto de vista da recuperação do nosso património de ourivesaria e histórico, o que naturalmente muito nos orgulha e também, pelo facto da terceira geração da família Tavares não ter desistido”. E acredita que a integração na Rede Portuguesa de Turismo Industrial vai acrescentar ao turismo local uma “oferta diferenciadora daquilo que nós temos para oferecer a quem nos visita”.
O Presidente da Câmara deixou também palavras elogiosas a Luís Pedro Martins, pela sua “determinação e luta em continuar a afirmar o Turismo do Porto e Norte como um farol de referência, que têm feito crescer o número de pessoas que nos visitam, que permanecem na nossa região, e que de forma consistente esse número tem vindo a ser sedimentado”. O Edil considera que “o turismo tem muito para crescer, e nós, Portugal, e a região Norte em particular, tem muito para oferecer”.
Por seu lado, o Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal retribuiu os elogios a Aires Pereira pelo “trabalho que o Município tem feito com a região e em prol da região”, tal como “a diferenciação e grande visão estratégica que tem tido na área do turismo. O município afirma-se no panorama regional e nacional como um paradigma de exemplo de um procedimento de dinamismo. Destaca-se a conjugação de esforços institucionais para a formação do turismo como meio estratégico e estrutural, evidenciando-se como um campo de investigação, de análise, de evolução, promoção da significação geocultural desta região, um reflexo perfeitamente positivo na renovação e na projecção da imagem de marca da Póvoa de Varzim”.
Para Luís Pedro Martins, “constitui uma elevada honra para o Porto e Norte estarmos aqui a formalizar esta parceria com o Município da Póvoa de Varzim e com a Ourivesaria Tavares de adesão à Rede Portuguesa de Turismo Industrial. Contribui para o seu prestígio e notoriedade da região e, com efeito, ao novo turista permite-lhe, de forma mais assertiva, experiências autênticas e descobertas originais. Presenciar este processo de fabrico, por exemplo, da Tavares, descortinar o modo de funcionamento, experienciar o produto final, revelam-se como componentes fundamentais do turismo industrial, facultando ao turista vivências únicas no âmbito de uma feliz conjugação de conhecimento e de emoção”. E revelou que “esta rede ganha cada vez mais relevância, e representa já cerca de 70% da oferta turística nacional em turismo industrial”.
Por sua vez, Carlos Tavares afirmou que “quem entra na Tavares não está apenas a comprar uma jóia; está a levar consigo um pedaço da história da ourivesaria portuguesa, feito com a mesma mestria e conhecimento que atravessou gerações. Mas, para que este valor seja reconhecido, é fundamental que estas lojas sejam apoiadas, protegidas e promovidas. A tradição só sobrevive se for preservada e valorizada e é com essa visão que queremos dar um novo passo: a criação de um museu dedicado à ourivesaria popular do Norte de Portugal, dentro das nossas instalações”.
O sócio-gerente da Ourivesaria Tavares revela que “este museu será um espaço de memória e valorização do património joalheiro português, onde poderemos expor peças icónicas, mostrar a evolução dos estilos e técnicas ao longo do tempo e dar a conhecer ao público a riqueza da ourivesaria tradicional. Mais do que um museu, queremos que este seja um espaço vivo, onde a tradição e a modernidade se encontram. Onde os visitantes possam perceber não só a estética das peças, mas também a história das mãos que as criaram, o contexto cultural em que nasceram e a forma como influenciam a joalharia contemporânea”.
Contudo, Carlos Tavares reconhece que “este é um caminho que não pode ser percorrido sozinho. A preservação do património, a valorização da identidade cultural e o desenvolvimento do turismo industrial são desafios colectivos, que exigem o envolvimento e o compromisso de entidades públicas e privadas, autarquias, associações culturais e agentes do sector”.
E conclui: “A Tavares está disposta a liderar este projecto, mas acreditamos que as entidades devem estar ao lado daqueles que fazem, preservam e inovam. O apoio institucional e a colaboração estratégica são fundamentais para que este museu não seja apenas uma ideia, mas uma realidade capaz de gerar impacto cultural, educativo e económico”. Por isso, “acreditamos que esta iniciativa, integrada no nosso compromisso com o turismo industrial e cultural, irá reforçar a atractividade à Tavares como um destino para quem quer conhecer a verdadeira essência da ourivesaria portuguesa”.
Por José Peixoto