Voz da Póvoa
 
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Superstições da Póvoa e o fascínio pelo inesperado

Superstições da Póvoa e o fascínio pelo inesperado

Geral | 15 Setembro 2025

A vida da Póvoa de Varzim sempre esteve ligada ao mar. Entre pescarias arriscadas e dias de incerteza, nasceram crenças que ajudaram a comunidade a lidar com o imprevisível.

Ao longo das décadas, esses rituais ganharam força cultural, tornando-se parte da identidade local e, muitas vezes, transmitindo-se como herança de geração em geração.

Superstições do mar e da terra

Na Póvoa, a superstição fazia parte do quotidiano, dentro e fora do mar, já diz o portal “O Poveiro”.

Partir para a faina numa sexta-feira era considerado mau presságio, levando muitos barcos a esperar pelo sábado para zarpar. Amuletos como figas, medalhas de santos ou lenços vermelhos usados pelas mulheres eram vistos como formas de proteção contra o azar.

No mar, acreditava-se que assobiar a bordo podia “chamar ventos” indesejados, trazendo perigo à tripulação.

Em terra, cruzar-se com um gato preto antes de sair de casa era motivo para adiar a partida, e até gestos simples, como virar o pão ao contrário na mesa, eram evitados por serem vistos como desrespeito e mau agouro.

Os sinos da igreja tinham também um papel simbólico: o seu toque era entendido não apenas como marca de tempo, mas para afastar tempestades quando ecoavam em momentos de incerteza.

Mais do que curiosidades, estes hábitos representavam uma estratégia coletiva para enfrentar a imprevisibilidade da vida marítima e manter a esperança em dias mais seguros.

Da Póvoa ao mundo: crenças partilhadas

Embora enraizadas na Póvoa, estas práticas dialogam com tradições de outras regiões marítimas.

No Mediterrâneo, é comum a superstição contra sair ao mar em determinados dias, enquanto em comunidades do Norte da Europa abundam histórias sobre presságios associados a aves.

 

Estes cenários mostram como diferentes povos encontraram formas semelhantes de se relacionar com o risco e com a imprevisibilidade da natureza.

O acaso também vive no presente

No mundo atual, a imprevisibilidade continua a marcar o quotidiano. E há exemplos peculiares.

Os concursos televisivos ainda prendem milhões de espetadores com a emoção do tudo ou nada. Por exemplo, o concurso “Joker” da RTP, apresentado por Vasco Palmeirim, é um bom exemplo disso.

No desporto, momentos como penáltis ou prolongamentos decidem títulos em segundos e mantêm os adeptos em suspense.

Já no entretenimento digital, esse lado imprevisível ganhou novas formas. Por exemplo, no PokerStars Casino em Portugal, as slots e os jogos de mesa recorrem a geradores de números aleatórios (RNG), um sistema que assegura que cada rodada (slots) e ronda (jogos de mesa) são independentes, com todos os jogadores a enfrentarem as mesmas probabilidades, tornando a experiência mais justa e transparente.

E, por fim, até na ciência há incerteza: a meteorologia recorda-nos diariamente que existem margens de incerteza que condicionam as decisões diárias.

Entre tradição e cultura popular

Para além das crenças ligadas ao mar, a cultura portuguesa está repleta de expressões que sublinham a presença do inesperado.

Ditados como “nem tudo o que reluz é ouro” ou “a sorte protege os audazes” continuam a ser repetidos no dia a dia, transmitindo a mesma necessidade de interpretar a incerteza.

Também a música popular faz eco dessa visão: o fado, tantas vezes chamado “canção do destino”, é uma celebração da vida marcada por surpresas, encontros e despedidas.

Até na literatura encontramos exemplos, desde a poesia que evoca presságios até aos romances que exploram a ligação entre livre-arbítrio e acaso.

Com efeito, da superstição das sextas-feiras poveiras às crenças mediterrânicas, dos penáltis às canções de fado, até mesmo quando não parece haver uma ligação, há sempre um quê de acaso relacionado.

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