
A rinite e a asma alérgicas são duas das doenças respiratórias crónicas mais comuns, frequentemente associadas entre si. Estima-se que mais de 40% dos doentes com asma apresentem também sintomas de rinite alérgica. Ambas resultam de uma resposta exagerada do sistema imunitário a substâncias normalmente inofensivas — os aeroalérgenios.
Os principais culpados: ácaros do pó da casa, cão e gato
Os ácaros do pó da casa são a causa mais frequente de alergia respiratória em Portugal. Estes microrganismos microscópicos vivem nas camas, colchões, almofadas e tapetes, alimentando-se de descamações da pele humana. O seu pico de atividade ocorre em ambientes quentes e húmidos — precisamente como os das nossas casas.
Também os animais domésticos, em especial o cão e o gato, são fontes alérgicas importantes que fazem parte do pó da casa. O problema não está apenas no pêlo, mas sobretudo em proteínas presentes na saliva, urina e descamação cutânea (caspa). Estas partículas permanecem suspensas no ar durante longos períodos e aderem facilmente à roupa e a superfícies.
Sintomas e impacto no dia a dia
Na rinite alérgica, os sintomas típicos incluem:
Já na asma, a inflamação atinge os brônquios, provocando tosse persistente, pieira (som sibilante ao respirar), falta de ar e sensação de aperto torácico.
A coexistência das duas doenças é comum e agrava a qualidade de vida: o sono é afetado, a concentração e o rendimento escolar ou profissional diminuem, e aumenta o risco de crises de asma.
Diagnóstico: confirmar é tratar melhor
O diagnóstico é realizado através de uma história clínica detalhada, complementada por testes cutâneos de alergia ou análises de sangue específicas. Identificar o alergénio responsável é fundamental para ajustar o tratamento e definir medidas preventivas adequadas.
Estratégias de controlo e tratamento
O tratamento passa por três pilares principais:
Evicção de alergénios – Reduzir a exposição é essencial. Recomenda-se:
Tratamento farmacológico – Inclui anti-histamínicos, corticosteróides nasais e, no caso da asma, inaladores broncodilatadores e anti-inflamatórios.
Imunoterapia específica (vacinas anti-alérgicas) – É o único tratamento que pode modificar o curso natural da doença, diminuindo a sensibilidade do sistema imunitário ao alergénio. Pode ser administrada por via subcutânea ou sublingual, com resultados comprovados na melhoria dos sintomas e prevenção da progressão de rinite para asma.
Em resumo
Rinite e asma alérgicas são duas faces da mesma moeda. O diagnóstico precoce e a abordagem personalizada, conduzida por um imunoalergologista, permitem controlar eficazmente os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida.
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Dr.ª Filipa Rodrigues dos Santos – Imunoalergologista do Hospital da Luz Póvoa de Varzim e Clínica de Cerveira | Ordem dos Médicos nº 63478
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