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Rinite e Asma Alérgicas no Inverno: Quando o pó da casa se torna um inimigo invisível

Rinite e Asma Alérgicas no Inverno: Quando o pó da casa se torna um inimigo invisível

Geral | 18 Dezembro 2025

 

A rinite e a asma alérgicas são duas das doenças respiratórias crónicas mais comuns, frequentemente associadas entre si. Estima-se que mais de 40% dos doentes com asma apresentem também sintomas de rinite alérgica. Ambas resultam de uma resposta exagerada do sistema imunitário a substâncias normalmente inofensivas — os aeroalérgenios.

Os principais culpados: ácaros do pó da casa, cão e gato

Os ácaros do pó da casa são a causa mais frequente de alergia respiratória em Portugal. Estes microrganismos microscópicos vivem nas camas, colchões, almofadas e tapetes, alimentando-se de descamações da pele humana. O seu pico de atividade ocorre em ambientes quentes e húmidos — precisamente como os das nossas casas.

Também os animais domésticos, em especial o cão e o gato, são fontes alérgicas importantes que fazem parte do pó da casa. O problema não está apenas no pêlo, mas sobretudo em proteínas presentes na saliva, urina e descamação cutânea (caspa). Estas partículas permanecem suspensas no ar durante longos períodos e aderem facilmente à roupa e a superfícies.

Sintomas e impacto no dia a dia

Na rinite alérgica, os sintomas típicos incluem:

  • Espirros frequentes
  • Comichão no nariz ou garganta
  • Corrimento nasal ou pingo no nariz
  • Congestão nasal ou nariz entupido

Já na asma, a inflamação atinge os brônquios, provocando tosse persistente, pieira (som sibilante ao respirar), falta de ar e sensação de aperto torácico.

A coexistência das duas doenças é comum e agrava a qualidade de vida: o sono é afetado, a concentração e o rendimento escolar ou profissional diminuem, e aumenta o risco de crises de asma.

Diagnóstico: confirmar é tratar melhor

O diagnóstico é realizado através de uma história clínica detalhada, complementada por testes cutâneos de alergia ou análises de sangue específicas. Identificar o alergénio responsável é fundamental para ajustar o tratamento e definir medidas preventivas adequadas.

Estratégias de controlo e tratamento

O tratamento passa por três pilares principais:

Evicção de alergénios – Reduzir a exposição é essencial. Recomenda-se:

  • Lavar a roupa de cama semanalmente a ≥60ºC;
  • Usar capas antiácaros em colchões e almofadas;
  • Evitar tapetes e cortinados nos quartos;
  • Aspirar com filtro HEPA e manter o ambiente arejado;
  • No caso de alergia a animais, limitar o acesso ao quarto e dar banhos regulares (quando possível).

Tratamento farmacológico – Inclui anti-histamínicos, corticosteróides nasais e, no caso da asma, inaladores broncodilatadores e anti-inflamatórios.

Imunoterapia específica (vacinas anti-alérgicas) – É o único tratamento que pode modificar o curso natural da doença, diminuindo a sensibilidade do sistema imunitário ao alergénio. Pode ser administrada por via subcutânea ou sublingual, com resultados comprovados na melhoria dos sintomas e prevenção da progressão de rinite para asma.

Em resumo

Rinite e asma alérgicas são duas faces da mesma moeda. O diagnóstico precoce e a abordagem personalizada, conduzida por um imunoalergologista, permitem controlar eficazmente os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida.

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Dr.ª Filipa Rodrigues dos Santos – Imunoalergologista do Hospital da Luz Póvoa de Varzim e Clínica de Cerveira | Ordem dos Médicos nº 63478

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Faça marcação de Consulta / Videoconsulta de Imunoalergologia na área pessoal do MY LUZ (app) ou através do link direto: www.hospitaldaluz.pt/aKH

 

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