Voz da Póvoa
 
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Anti Analgésico: Aspirina B

Anti Analgésico: Aspirina B

Geral | 11 Fevereiro 2021

Às vezes encontramos ou tropeçamos num artigo na blogosfera que nos encaminha por outras formas de ser, de ver, de dizer o mundo e do mundo que vivemos, que nem sempre as cores dos governos, devem impedir-nos de reflectir sobre a razão, de quem a tem ou não. Isto quando se trata de procurar salvar vidas. O resto vem a seguir.

Recomendo dois artigos sobre a vacina Sputnik V (o V é de vacina), que os russos anunciaram em meados de 2020, antecipando-se às grandes empresas farmacêuticas ocidentais. O cepticismo, quase escárnio, com que essa notícia foi então recebida nos presunçosos media ocidentais, está agora a ser substituído por um acolhimento mais favorável, mais humilde e mais racional.

O primeiro texto é uma coluna de Luís Delgado na Visão, quase telegráfica, mas cheia de fé na vacina russa: “A Sputnik V é que nos vai safar”. Apenas recomendo essa opinião ou fezada porque é raríssimo os jornalistas portugueses, amestrados para desconfiarem da Rússia e da China, falarem sobre a Sputnik excepto para alimentar as maiores dúvidas. Os correspondentes em Moscovo dos media portugueses (actualmente creio que só há um) não vão, em geral, muito além de falar mal do czar, que é o que se espera deles.

O segundo artigo é um texto muito informativo, diria mesmo suculento, do correspondente em Moscovo da revista The New Yorker, o jornalista americano Joshua Yaffa, O artigo intitula-se “Five-Month Plan” (brincadeira com os planos quinquenais soviéticos) e saiu na New Yorker de 8 de fevereiro. Relata a história, para nós basicamente desconhecida, do épico desenvolvimento da vacina russa em cinco meses. Para esse fim entrevistou cientistas, investidores e gestores e visitou os institutos e laboratórios envolvidos na preparação e testagem da vacina. Yaffa tem um excelente conhecimento da Rússia de hoje e do putinismo, sobre o qual publicou um livro em 2020, Between Two Fires. Um interesse suplementar do artigo é que o jornalista, que não tem qualquer simpatia por Putin, levou a sua  ausência de preconceitos ao ponto de se fazer vacinar com a Sputnik. O médico que o vacinou, sabendo de quem se tratava, ficou tão surpreendido que lhe deu os parabéns e um diploma.

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