O Núcleo Museológico de São Pedro de Rates reuniu no seu espaço uma exposição de artesanato de São Tomé e Príncipe, pelos alunos daquele país que frequentam a Casa-Escola Agrícola Campo Verde, em Rates. Pretendeu-se com esta mostra realizar um encontro de saberes e culturas.
São muitas as peças de artesanato, entre as quais instrumentos, esculturas e vestes tradicionais de São Tomé, onde se incluem algumas peças da colecção particular de Paulo Sá Machado, habitual coordenador e curador das exposições no Núcleo Museológico de São Pedro de Rates.
Filipa Figueiredo, Formadora da Casa-Escola Agrícola Campo Verde, disse ter criado com os alunos “uma relação de confiança empatia e afecto, partilhamos histórias, desafios e conquistas. Hoje, sinto que fazemos parte da vida uns dos outros”, por isso esta exposição representa tudo isso: a beleza do encontro, a riqueza da diversidade e a certeza de que, quando abrimos espaços ao outro, ganhamos sempre mais do que imaginamos. Os nossos alunos santomenses trouxeram-nos muito mais que a sua presença: trouxeram-nos humanidade e um calor que agora faz parte da nossa escola”.
Por sua vez, João Novais, director da Casa-Escola Agrícola Campo Verde, acredita que “educar é também criar pontes. E esta ponte entre São Tomé e Príncipe e a nossa escola é hoje uma das mais bonitas que já construímos”.
Paulo João, Presidente da Junta de São Pedro de Rates, destacou a escola Agrícola Campo Verde como inclusiva ao receber “estes jovens que vieram de São Tomé e Príncipe. Confesso que quando se falou que viriam para Rates, houve um certo burburinho na freguesia com alguma suspeita de que alguma coisa podia correr mal. Passados dois anos, estão perfeitamente integrados na terra que os recebeu, e mais do que isso têm contribuído muito para a dinamização da nossa actividade cultural e desportiva. Algumas das alunas são jogadoras de futebol, participam nos Dias da Vila, estão sempre disponíveis para colaborar”. E acrescenta que “na própria escola, além da sua actividade têm participado nas hortas e arranjos de jardins, e fora da escola, na própria freguesia também o têm feito nomeadamente no Parque Verde”.
Para Luis Diamantino, Vice-presidente e Vereador da Cultura e Educação da Câmara Municipal, esta exposição “dá a conhecer mais um bocadinho de São Tomé”, e confessou que sempre que assiste a actividades realizadas pelos jovens daquele país africano “encho-me de orgulho em termos uma escola que conseguiu ter-vos por cá. Sei também que foram muito bem recebidos pela população de Rates e já são também poveiros”. Elogiando o “excelente trabalho da Escola Agrícola de Rates”.
Depois de inaugurada a exposição de saberes, os presentes foram convidados a deslocar-se até à Casa-Escola Agrícola Campo Verde para saborear os sabores de São Tomé e Príncipe confecionados pelos alunos daquele país. Colocado o lastro no estômago, os convivas foram surpreendidos por um jovem grupo de danças feminino com ritmos africanos onde o corpo se mistura entre a beleza e o erotismo. A festa continuou, agora com todos os alunos de ambos os sexos a exibirem dança e tradição.
Por: José Peixoto