Voz da Póvoa
 
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Ouro para o Rancho e Prata para o Presidente

Ouro para o Rancho e Prata para o Presidente

Freguesias | 16 Julho 2020

É sempre um momento feliz, quando a história nos oferece o privilégio de assistir, participar ou comemorar o aniversário da colectividade. Ainda mais feliz, quando a data representa o cinquentenário de um grupo que tem nos seus pergaminhos a representação da etnografia e história de uma terra milenária.

Nasceu alguns anos antes, ao colo da eira de Maria da Rua, baptismo segundo a boca do povo. Mas, a 18 de Julho de 1970, Maria Moreira, nome primeiro na pia baptismal, fundou com um grupo de jovens o Rancho Folclórico de São Pedro de Rates.

A histórica data, era para ser comemorada com um sem número de iniciativas, sendo que uma parte substancial foi programado e elaborado pela Junta de São Pedro de Rates, liderada por Paulo João, mas a pandemia trouxe consigo muitos impedimentos e restrições, obrigando ao seu cancelamento.


“Começámos no ano passado a programar as festividades do quinquagésimo aniversário, porque a Junta de Freguesia e a direcção do Rancho Folclórico entendiam que a importância da data deveria ser comemorada e festejada. Tínhamos um programa e um conjunto de iniciativas ao longo deste ano 2020, que refletiam o que foi a actividade do Rancho desde a sua fundação. Tínhamos programado a sementeira do Linho com tudo o que lhe está associado até à sua colheita e tratamento. Era previsto fazer uma malhada na eira do albergue, onde temos o espigueiro. Estava a ser elaborado um livro para edição sobre os 50 anos do Rancho. A programação do Dia da Vila iria ter o Rancho como entidade convidada e em maior destaque. E por ultimo, no Dia da Vila, iriamos oferecer uma Medalha Comemorativa dos 50 anos. Infelizmente tivemos que suspender o programa comemorativo, mas, se o contexto em 2021 o permitir, iremos voltar a este assunto e o Rancho Folclórico estará no Dia da Vila para receber esta homenagem mais do que merecida”.

O cancelamento de todas as actividades na Vila de S. Pedro de Rates tem um peso significativo nas receitas das associações, reconhece Paulo João: “Tínhamos iniciado no ano passado e com sucesso a Feira do Dia da Vila, onde reunimos todas as associações e instituições de Rates, que tiveram a oportunidade de brilhar no que são capazes de fazer e mostrar para venda, recolhendo fundos para as suas actividades. Este ano tínhamos previsto um programa mais robusto, com o Rancho a ter uma actividade mais intensa, mas infelizmente as consequências desta pandemia não permitiram, e muitas outras actividades foram canceladas, como as festas do Corpo de Deus, as festas de Santo António, as actividades no Parque Verde têm sido muito prejudicadas, os Caminhos de Santiago estão agora lentamente a voltar a ser percorridos. O festival de Musica Sacra os Concertos de Natal, a actividade da Escola de Música e tantas outras que foram canceladas, naturalmente prejudicando os seus intervenientes. Apesar da tristeza que isso nos causa, ao nível do cancelamento de toda esta actividade, alegra-nos saber que estamos num concelho seguro e que soubemos pôr à frente as pessoas e tudo o resto é secundário. Agora é esperar que o próximo ano possa ter mais brilho”.

Houve também um travão nas obras da freguesia, mas voltaram a arrancar. “O mais fácil é adjudicar a obra, o mais difícil é a sua execução. Tivemos casos em que decorreram muito bem, como a ampliação do cemitério, onde satisfizemos a população no que toca a espaços para sepultura, uma obra da responsabilidade da Junta de Freguesia. Temos as obras do campo de futebol que estão a decorrer a um ritmo mais lento, por causa da situação de pandemia que estamos a viver, mas está praticamente concluído. Estou ansioso que a população de Rates possa visitar, porque de facto é, uma infraestrutura que no século XXII ainda há-de ser moderna. Temos a questão do saneamento, obras que causam muito transtorno e acabam escondidas debaixo da terra, mas cuja sua importância e necessidade para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas é muito importante. É um esforço que a Junta de Freguesia, a Câmara Municipal e sobretudo a população de Rates estão a fazer para que tudo corra da melhor forma, mas nem tudo está nas nossas mãos. Podemos insistir, acompanhar, exigir, mas há muitos factores ao longo da obra que fogem ao nosso controlo. Está a acontecer alguma dificuldade ao nível da repavimentação. Acredito que a obra seja concretizada a seu tempo e com sucesso”.

A ano e meio de terminar o mandato, Paulo João assume outros sonhos: “Praticamente tudo o que nos comprometemos fazer está executado ou em vias de conclusão. Cemitério, campo de futebol, ecopista e saneamento básico. Estes eram os compromissos, mas estamos sempre a sonhar e temos quem nos acompanhe na Câmara Municipal e até nos motive. Tenho o sonho de reactivar, com outro modelo de gestão, o Ecomuseu de Rates. Gostava que avançasse a construção da Casa Museu em Rates, na antiga Residência Paroquia. A remodelação da antiga Escola da Praça para criação de um outro albergue de peregrinos e finalmente no próximo mandato, esteja eu ou outro presidente, acho que é fundamental aproveitar o facto de termos instalado o saneamento e apostar na requalificação de toda a rede viária de S. Pedro de Rates. É absolutamente fundamental. Rates tem todas as condições para ser a joia da coroa, mas falta uma rede viária digna, com sinalização adequada, para que as pessoas possam visitar, fluir dentro da terra e viver com a qualidade que desejamos e achamos que merecemos”.

Também o trabalho das associações da Vila de Rates não são uma novidade para o Presidente da Junta: “Assumi durante muitos anos cargos na direcção da Associação de Amizade de São Pedro de Rates, nomeadamente na década de 90, onde fui seu vice-presidente. Habituei-me desde muito jovem a gostar, a admirar e a ter uma ligação muito forte às pessoas que compõe o Rancho Folclórico e que representam muitas famílias da nossa terra. Como cidadão e Presidente da Junta tenho manifestado total apoio e desafiado o Rancho para outras iniciativas. Essa é a melhor forma de demonstrar o carinho e gratidão para com estas pessoas que representam animação, mas também uma escola de defesa de valores e crescimento de muitos jovens, assim como a defesa da tradição das danças e cantares de um povo. Mas sobretudo defende uma coisa que me orgulha, a relação institucional com a Junta e com todas as instituições da freguesia e com a população em particular”.

E Paulo João Conclui: “Não posso esquecer a fundadora do Rancho Folclórico, Maria Moreira e todas as pessoas que a acompanharam, mas também todos os presidente, directores e membros do Rancho até aos dias de hoje. Ao José Matias, que assume a presidência há 25 anos, anuncio que era intenção da Junta, homenageá-lo a título particular no Dia da Vila. Além de todo o trabalho que tem feito à frente do Rancho, com uma actividade intensa e uma filosofia responsável na defesa dos valores da terra, é presidente de uma das instituições mais importantes de Rates. Quero manifestar uma profunda gratidão e desejar longa vida para que daqui a mais 50 anos possamos estar a festejar o centenário do Rancho Folclórico de São Pedro de Rates”.

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