Voz da Póvoa
 
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Os Fins Humanitários do Centro Social de S. Pedro de Rates

Os Fins Humanitários do Centro Social de S. Pedro de Rates

Freguesias | 16 Novembro 2020

A terra tem uma raiz agrícola, mas como em outras terras, também S. Pedro de Rates tem industria, horários que os modernos tempos exigem e não permitem cuidar dos rebentos mais pequenos ou dos mais idosos. Daí a necessidade de criar e construir valências capazes de responder às pessoas, às famílias.
 
O Centro Social de S. Pedro de Rates é uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Os seus Estatutos foram aprovados por alvará do Governo Civil do Porto, em 22 de Novembro de 1929 e registado como Fundação. Mas, houve um passo anterior dado a 26 de Dezembro de 1897, pela vontade de vários benfeitores naturais da Vila de Rates. Inclui-se no património desta Fundação a Escola de Camões e o Albergue Marquês de Pombal, inicialmente chamado Asilo de Stº António e Stª Rita. A sua acção humanitária e as suas valências estão direccionadas para o apoio às famílias destacando-se a protecção à Terceira Idade e Infância.

António Rosmaninho Mariz nasceu em 1979, em S. Pedro de Rates. Contabilista de profissão é actualmente Secretário do Centro Social. “Entrei para a direcção fruto de um acaso. O Centro Social passou por uma fase complicada em 2016/2017, quando o ATL esteve para encerrar. Eu defendi a continuidade, até porque era pai de utentes e na altura, juntamente com entidades da freguesia, conseguimos que o ATL continuasse em funcionamento. Depois na sequência disso, chamaram-me para fazer parte da direcção em 2017, juntamente com o presidente Justino Craveiro, o tesoureiro Adérito Matias e mais dois vogais o Fernando Macedo e o Martinho”.

O Centro Social tem hoje uma resposta capaz de suprir as necessidades da comunidade, mas vai mais longe: “Temos a valência Sénior, Infantil e a Academia Sénior. Nas valências seniores temos o Lar com 60 utentes e fazemos também o apoio domiciliário a 10 utentes. As valências infantis estão equipadas com uma Creche, o Jardim de Infância e o ATL. Quando esta direcção entrou, a capacidade da Creche era de 39 utentes, mas criámos um projecto para aumentar a capacidade de oferta, porque havia uma pressão muito grande da procura. Actualmente, a capacidade é de 77 utentes e de momento temos algumas vagas. O Jardim de Infância tem capacidade para 62 utentes e o ATL está actualmente com 40 utentes, a sua locação. Ao nível da Academia Sénior a Fundação tem a piscina de água quente que ronda os 360 utentes. Temos também parcerias com algumas entidades que desenvolvem actividades nas instalações da instituição, nomeadamente Fisioterapia e Análises Clinicas”.

Ao nível da procura da Creche, António Mariz reconhece que a taxa de natalidade em Rates tem sido crescente: “Curiosamente, temos muitos pais com três crianças e apostam muito no pré-escolar, onde temos 62 vagas, das quais 60 ocupadas. Os pais hoje em dia têm a noção que a educação é a melhor herança que se deixa às crianças. Aqui temos um processo de crescimento acompanhado por uma educadora. Temos actualmente cinco carrinhas na instituição. As últimas duas foram adquiridas com o apoio da Câmara Municipal, para o transporte das crianças que frequentam o ATL da escola da Praça para junto à escola EB 2,3 de Rates. Os pais deixam as crianças no ATL e nós fazemos o transporte das crianças para a escola. Ao nível da creche e Jardim de Infância também asseguramos o serviço em caso de necessidade, mas a imensa maioria das crianças são trazidas pelos pais à instituição. Um futuro aumento ao nível das valências infantis, as pessoas é que decidem se faz falta aumentar a oferta. Actualmente, temos um projecto a decorrer no 2020, em parceira com a Câmara Municipal, para a melhoria das condições do ATL. É um projecto que já foi licenciado pela Segurança Social e, contamos que no prazo de seis meses venha a ser implementado para garantir um serviço de qualidade a todas as crianças. Vai ser colocado aquecimento e outras coisas básicas”.

E acrescenta: “Na valência de Lar “os utentes são maioritariamente do concelho da Póvoa, mas temos pessoas de Vila do Conde, do Porto e outras localidades. É uma demonstração da qualidade de serviço que é prestado aos utentes pelos funcionários, que são os braços da direcção. Temos cerca de 65 funcionários. Somos uma das maiores entidades empregadoras da freguesia. Como a área de actuação da Instituição ultrapassa a freguesia, uma vez que estamos na capacidade máxima, acredito que se aumentasse a capacidade de ocupação em 10 ou 20 utentes, facilmente, face à qualidade do serviço que é prestado, era ocupado”.

Quando a tranquilidade foi perturbada pelos tempos de pandemia, houve a necessidade de reagir para impedir males maiores: “Actualmente, os lares estão a fazer um investimento muito grande ao nível da protecção individual, com a aquisição de equipamentos de desinfecção. A Segurança Social criou uma linha de apoio para suportar uma parte dos custos, mas muito longe de cobrir o real investimento que fizemos ao nível dos instrumentos de protecção individual, limpeza e desinfecção. Claro que qualquer instituição que tem utentes de Lar e, alguns acamados, tem que garantir a qualidade no serviço. Não se pode é comparar com a situação actual, de pandemia. A incidência deste problema nos lares e hospitais acontece porque são locais onde o serviço é prestado abraçando-se à pessoa. Dar de comer, retirar a pessoa da cama para dar banho ou ajudá-la a vestir. Há o contacto físico, por isso, o risco é grande e os funcionários têm que ter cuidados na sua vida particular para que nada aconteça de contágio no Lar. Dada a natureza do serviço, é muito complicado evitar o contágio, temos conseguido graças a um rigor inexcedível dos funcionários”.

António Mariz não tem dúvidas que, as valências que Rates tem, ajudam a fixar pessoas: “O Centro Social tem um papel na comunidade e inevitavelmente, as estratégias face ao desenvolvimento da sociedade, têm que ser em articulação com as entidades responsáveis pela organização e gestão do território, nomeadamente a Câmara e a Junta de Freguesia que nos apoia em todos os projectos da instituição. Temos na autarquia, o Conselho Local de Acção Social, de que a Fundação faz parte e, os projectos que fazemos são todos concertados a nível concelhio para garantir que pelo menos se vai satisfazendo as necessidades da população. Existe uma adequação entre as necessidades e os serviços prestados por estas instituições. Depois, se as terras tiverem os serviços indispensáveis, inevitavelmente as pessoas vão se fixando com naturalidade. O contranatura é não haver esses serviços. A Póvoa de Varzim tem um slogan que diz ‘É Bom Viver Aqui’, mas é melhor em Rates, onde há qualidade de vida”.

Por: José Peixoto

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