Num salutar convívio entre miúdos que se divertem sonhando com o futuro, no sábado, o Varzim no escalão A venceu a Juvenorte por 2-1, e Regufe as Tricanas Poveiras por 5-0m no escalão B, fazendo a festa ao conquistarem o troféu do Ovo de Páscoa 2023, Torneio Infantil de Futebol, realizado nos dias 1,7 e 8 de Abril, numa organização da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai.
O ambiente foi sempre animado no Parque de Jogos de Nova Sintra, onde dezenas de jovens de várias associações poveiras tiveram a oportunidade de praticar um desporto que gostam, mas acima de tudo divertirem-se.
As classificações da 33ª edição do Ovo de Páscoa, ficaram assim definidas: Escalão A, até aos 10 anos, em 1º o Varzim, 2º Juvenorte, 3º Póvoa Futsal, 4º Argivai, 5º Póvoa Futebol Clube, 6º Estrela do Bonfim, 7º Regufe, 8º Belém, 9º Leões da Lapa.
No escalão B, com 11 e 12 anos, em 1º Regufe, 2º Tricanas Poveiras, 3º Juvenorte, 4º Leões da Lapa, 5º Argivai, 6º lugar Matriz.
Ricardo Silva, presidente da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, recorda que “quando vim para a Junta de Freguesia o Ovo de Páscoa tinha uma importância muito grande naquilo que era a programação anual da Junta, hoje parece-me muito mais fácil fazer o Torneio. As associações aderem sempre, é um trabalho feito em conjunto com as pessoas de Nova Sintra, com uma série de voluntários que se têm mantido ao longo das edições do torneio, que contribuem, trabalham e organizam o Ovo de Páscoa sem qualquer tipo de recompensa, a não ser ver toda a gente feliz e a participar, por isso o meu agradecimento”.
E acrescenta: “O nosso objectivo é que seja uma actividade que fomente a alegria no desporto, de comemoração mais até do que de competição. Por isso, este ano, o Estevão Liberal, responsável pelo desporto no executivo da Junta, teve esta ideia de fazer um fórum e convidar o Tarentini, um ex-jogador de futebol que teve uma carreira marcada pelo sucesso no futebol profissional que não é fácil atingir. O seu livro ‘O Caçador de Sonhos’ além de pedagógico inspira a ser melhor e a gerir também melhor uma carreira como profissional”.
Ricardo José Vaz Alves Monteiro, conhecido no futebol por Tarantini, mais do que conferenciar, contou um pouco da sua história e respondeu a várias perguntas dos miúdos e graúdos presentes na sede do Regufe: “O meu pai sempre quis que eu tivesse uma formação superior para não ter que fazer o trabalho duro do campo. Eu ouvia muita rádio e a Bola Branca na Renascença fascinava-me”. Daí o sonho, “queria jogar com os meus ídolos, os melhores do futebol português. Insisti com o meu pai que queria jogar futebol. Fui para o Amarante com 9 anos, vivia em Baião e levantava-me às cinco da manhã, apanhava três transportes para jogar futebol”
Com o tempo a amadurecer, “descobri que não chegava ter talento e ouvia dos outros que um menino da aldeia não chegaria a ser jogador de futebol”.
Para Tarantini temos que ser capazes de acreditar em nós, mesmo quando nos sentimos esmorecer, “tentei a Universidade do Porto, a pensar também nos clubes que habitavam a cidade, mas não consegui e senti o mundo a desabar, então fui para a universidade da Beira Interior com 17 anos, impulsionado por um amigo”, longe da família e perto da boémia, “fui para as noitadas, mas o sonho não se perdeu e procurei onde jogar futebol. Acabei por ir para o Sporting da Covilhã, onde fiz tudo o que estava ao meu alcance para chegar à primeira equipa”.
O menino da aldeia com o sonho de gigante no peito, teve a felicidade de fazer “um bom jogo na equipa sénior, marquei um golo e o treinador João Cavaleiro convidou-me a assinar um contrato de profissional, tinha 18 anos. Fomos campeões da 2ª Divisão”. Passou por vários clubes até assentar na 1ª divisão, “em 2008 assinei pelo Rio Ave onde joguei 13 anos”.
A sua bola de Ouro foi ter sido o primeiro futebolista a nível mundial a fazer um doutoramento. “Ser caçador de sonhos é uma tarefa para a vida toda”, remata Tarantini.
