Voz da Póvoa
 
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Cheiros Insuportáveis do Aterro de Paradela Provoca Manifestação

Cheiros Insuportáveis do Aterro de Paradela Provoca Manifestação

Freguesias | 3 Novembro 2022

 

 

Os habitantes das freguesias de Rates e Laúndos regressaram aos protestos na manhã de quarta-feira, dia 2 de Novembro, junto ao aterro sanitário da Resulima, em Paradela, freguesia do concelho de Barcelos, queixando-se do cheiro insuportável, que obriga a manter as janelas das suas casas fechadas.

Quem também marcou presença foi a vereadora do Ambiente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Sílvia Costa e os Presidentes da Junta de Freguesia de Rates e de Laúndos, Paulo João e Félix Marques.

As entidades competentes foram há muito alertadas pela autarquia de que a Resulima não cumpria minimamente com as regras de saúde pública no aterro do qual é responsável, pelo que o gabinete jurídico do Município prepara uma acção junto do Tribunal Administrativo, no sentido de apresentar uma providência cautelar para encerrar o aterro até que os problemas se resolvam.

Segundo Sílvia Costa, esgotada a via diplomática e não havendo respostas das entidades, a população sentiu que estava na hora de regressar aos protestos.

Para Paulo João, esta não foi a primeira vez que a população se manifestou: “as Juntas de Freguesia e a Câmara Municipal reconhecem as razões dos protestos que têm a ver com os contínuos maus cheiros provocados pelo funcionamento das instalações da Resulima. Tem sido dado conhecimento às entidades competentes, nomeadamente à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), que não tem correspondido aos anseios das populações”.

E acrescenta: “Compreendemos que as instalações são fundamentais para resolver problemas ambientais, mas entendemos que não podem funcionar de forma a causar dano às pessoas que já lá viviam e pretendem lá viver. Naturalmente, mantendo-se esta situação de incumprimento, pretendemos o encerramento das instalações, pelo menos, até ser resolvido o problema dos maus cheiros. Isso a Câmara já o está a fazer com um processo judicial que nós apoiamos”.

Por seu lado, Félix Marques esclarece que a manifestação popular apenas pretende “que a empresa cumpra as normas legais a que se propôs quando apresentou o projecto e construiu o aterro. A sua forma de operar não pode prejudicar a qualidade de vida das pessoas e isso está a acontecer desde o início. Primeiro, foi apresentado um abaixo-assinado que pouco ou nada melhorou e nas últimas semanas intensificaram-se os maus cheiros tornando-se insuportáveis, daí os protestos dos moradores”.

As queixas já se alargaram às freguesias vizinhas, “conheço pessoas de Cristelo e de Barqueiros que também sentem os maus cheiros quando os ventos são de Sul. Como predominam mais os ventos de Norte, somos nós os mais afectados. Temos consciência que o aterro não vai sair dali, o que queremos é que deixem de nos causar problemas e isso é possível, desde que cumpram as normas”. 

Para o Presidente da Junta de Laúndos, “a intenção da construção do aterro foi para resolver problemas dos resíduos e não para os provocar como está a acontecer. Foram gastos muitos milhões dos nossos impostos para criar aquela infraestrutura para operar sem pôr em causa a saúde pública, o que não está a acontecer. No dia da manifestação, quem lá esteve, sentiu testemunhou os insuportáveis maus cheiros libertados pelo aterro”.  

Foto: Pedro Macedo

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