A vida tem o mesmo princípio do antigamente, mas cada vez menos nascemos em casa. Com o futuro na barriga, as mães dão a luz aos filhos na maternidade do hospital. Também o tempo de colo é cada vez mais no berço. Depois da licença de maternidade, o regresso ao trabalho oferece gente futura do mesmo tamanho no berçário da creche, onde aprendemos a andar e a falar. Com sorte vamos frequentar o ATL, até entrar na escola. Haverá sempre gente que nos quer bem.
As respostas às necessidades dos jovens casais foram dadas pelo Centro Social da Paróquia de Beiriz. É uma instituição de solidariedade social, cujo registo foi lavrado em 20 de Novembro de 1991. Os seus fins estatutários visam promover a acção social e o apoio às famílias.
António Mário dos Santos é tesoureiro da instituição desde 2008. Nasceu em 1948, em Vila Real, e foram os comboios que o trouxeram para a Póvoa de Varzim, onde foi chefe de estação. Adquiriu depois um terreno em Beiriz e construiu a casa onde mora.
“Eu fazia parte da Confraria da Senhora do Rosário e fui marcar umas missas ao padre Delfim. Durante a marcação, ele disse-me que não tinha tesoureiro no Centro Social e convidou-me para assumir o cargo. Mais tarde voltou a insistir comigo e acabei por aceitar. Na reunião de direcção fui apresentado à coordenadora e comecei a trabalhar. Entrei numa fase complicada da instituição, numa altura em que se demitiram alguns elementos da direcção. Havia uma dívida avultada e foi preciso pôr mãos à obra. Fizemos um concerto com o padre Luís Borga, uma feira medieval com as associações da freguesia, e uns cortejos, para angariar fundos para o Centro Social. Hoje cumprimos o que assumimos”, recorda Mário dos Santos.
E acrescenta: “Já levo 21 anos na instituição agora liderada pelo padre José Figueiredo. Com a mudança de estatutos, estou a cumprir um mandato de quatro anos, que quero levar até ao fim, para depois dar lugar a gente nova que é sempre bem-vinda”.
O Centro Social da Paróquia de Beiriz foi ganhando valências ao logo dos anos, fruto de muito trabalho e dedicação. “Logo na primeira direcção que integrei, em 2008, iniciamos a requalificação do espaço. Tínhamos a Creche num edifício em frente à Junta de Freguesia, mas a Segurança Social reprovou o espaço e exigiu obras. No Centro Social tínhamos umas salas vagas, fizemos obras de requalificação e mudamos a Creche para o edifico sede. A partir daí foi sempre a crescer. Fizemos o pavilhão, o recreio verde e requalificamos mais uma sala para seis bebés. Actualmente, temos duas salas de berçário, uma de oito e outra de seis bebés. É a forma de dar continuidade à sala de 14 bebés de um ano. Temos um protocolo para 46 crianças na Creche, 50 no Jardim-de-Infância ou Pré-Escolar, e 30 no ATL. Neste momento não temos vagas”, revela.
A instituição está certificada em todas as suas valências, acrescenta Mário dos Santos: “Todos os documentos e certificados estão em ordem. Temos tudo o que é exigido para o normal funcionamento da instituição. O Centro Social emprega 21 pessoas a tempo inteiro e a partir de Setembro todas as funcionárias serão efectivas. O número é de acordo com o regulamentado pela Segurança Social e é o pessoal adequado ao funcionamento da instituição. Outro aspecto que não descuramos é a segurança das crianças e das instalações”.
Associar ao Centro Social da Paróquia de Beiriz um Centro de Dia é uma ambição que Mário Santos gostaria de ver concretizada: “Temos o projecto aprovado pela Segurança Social, que deveria nascer no edifício em frente à Junta de Freguesia, mas que ficou em banho-maria derivado às dificuldades e dívidas que a instituição tinha. Neste momento a dívida está controlada e a ser paga dentro do contratualizado. Quem passou por aqui só não fez melhor porque não pôde. O importante é no presente assegurar o futuro. Mas faz muita falta um Centro de Dia na freguesia. De momento não é viável dar seguimento ao projecto, mas continua nos nossos horizontes edificá-lo”.
