Voz da Póvoa
 
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As Comemorações do dia de Argivai Celebraram a Poesia

As Comemorações do dia de Argivai Celebraram a Poesia

Freguesias | 5 Abril 2024

 

Uma terra não se inaugura sem o seu primeiro filho. Depois é preciso uma família, outra e outra para se formar um povoado. Com o tempo chegaram os escribas e se o Ser humano precisa de um nome, o lugar onde vive também. Argivai celebrou no dia 26 de Março, a sua fundação histórica datada num documento em 1071.

Este ano, a União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, assinalou também o local de berço da Poesia em Portugal. Segundo Carolina Michaelis de Vasconcelos, o primeiro poema em Língua Portuguesa “Cantiga da Ribeirinha”, terá sido escrito em 1189 ou 1198 por Paio Soares de Taveirós e é dedicado à Ribeirinha, de seu nome Maria Pais Ribeiro, que habitava o lugar da Quintela, em Argivai, a quem o Rei D. Sancho I deu as terras de Vila do Conde, Argivai e Varzim. 

No lugar de Quintela foi erigido um monumento com o poema lavrado e declamado pela voz de Aurelino Costa.

Com a lição bem estudada e apurada, apresentou-se na cerimónia do dia de Argivai, o Presidente da União de Freguesias, Ricardo Silva, que começou por referir no seu discurso que o dia 26 de Março, "uma data que nada tem que ver com a criação da Freguesia, mas com o facto de que é neste dia em que surge pela primeira vez escrito o nome de Argivai num documento. É a Carta de venda de Villa de Comité e Villa de Quintanela, ao cabido da Igreja de Guimarães, no ano de 953, depois de Cristo. É por esta razão, que neste mesmo dia 26 de Março também se comemora, aqui ao lado, o Dia de Vila do Conde. Se fizerem as contas, passaram 1071 anos sobre esse momento, o que justifica o facto de pela freguesia termos várias placas, com o epíteto ‘Terra milenar’. Nestas coisas da história há sempre quem se insurja contra as afirmações absolutas”.
 
Haverá sempre dúvidas em relação aos 1071 anos, “Argivai é muito mais antiga e é, com certeza, das terras mais ancestralmente povoadas na região. É disso testemunha a origem germânica do nome e os vestígios castrejos do Monte Touguinha. A História conta-nos ainda que Argivai é paróquia mãe da Póvoa de Varzim. No início da nacionalidade, D. Sancho terá ficado enamorado duma bela mulher nobre, Maria Pais Ribeiro, que habitava a Villa de Quintanella. Pelos seus olhos profundos e cabelos ruivos flamejantes, ter-lhe-à dado a Villa do Conde e por consequência a Villa de Quintela e Villa de Argivadi que abarcavam todo o território de Varzim. A criação de uma paróquia em Argivai é a primeira cisão administrativa com Vila do Conde, e o passo decisivo para o nascimento do Concelho. Daí dizermos com frequência ‘Argivai Terra mãe’, porque é daqui que nasce a Póvoa de Varzim”.

Para o Presidente da União de Freguesias Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, “sempre que nos reunimos neste dia, fazemos uma declaração de repúdio à absorção da cultura, história e tradições de Argivai na amálgama da União, mantendo a identidade da freguesia. E é disto que hoje tratamos nesta assembleia: da identidade da Freguesia de Argivai. E sabemos que a identidade está nas pedras, nas ruas nos monumentos, nos edifícios, nas Festas e comemorações, mas essencialmente reside nas pessoas. São as pessoas que absorvem, mantêm e transportam consigo para onde vão a identidade, o espírito da terra onde nasceram. Numa época fustigada por uma enorme crise de valores, é preciso identificar, exaltar, colocar à vista aqueles que melhor representam os princípios que defendemos. Daí este ano ter o executivo desta União das Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, decido por unanimidade, por sugestão de Alice Ribeiro, entregar as Medalhas de Mérito da Freguesia aos Srs. Padres: Rúben Cruz, Paulo Terroso e Marcelino Ferreira".

Fotos: ujfpvba

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