Voz da Póvoa
 
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A Realidade do Centro Social e Paroquial de Navais

A Realidade do Centro Social e Paroquial de Navais

Freguesias | 10 Julho 2020

Os primeiros passos do Centro Social e Paroquial de Navais foram dados por 15 crianças do seu Jardim de Infância, numa sala da antiga casa paroquial, junto à igreja, a 1 de Outubro de 1985. Algum tempo antes, mais precisamente a 13 de Junho ocorria a aprovação dos seus estatutos. A nova casa foi inaugurada a 1 de Outubro de 2011, mas resta ainda um sonho por edificar, uma valência de Lar de Idosos e Centro de Dia. Quisemos saber mais e fomos conversar com o Vice-presidente da instituição.

Jorge Manuel Martins Barreirinho nasceu em 1969, em Navais. É Pós-graduado em Gestão da Qualidade das Respostas Sociais pela Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto. E fez várias formações, uma obrigação da profissão. Em 2007, a convite do Padre Pedro Amorim, abraçou o projecto do Centro Social e Paroquial de Navais: “Para além da construção que nos ia obrigar a mudança de instalações, havia a necessidade de mudarmos o paradigma do serviço e acoplamos ao mesmo tempo um projecto de certificação de qualidade do serviço. Este projecto obrigava a ter uma liderança presente. Como acompanhei a construção e fazia uma reunião semanal com o pessoal da minha área profissional, lançaram-me o desafio. Depois da exigência, a ambição do projecto, que já contemplava em 2010 a valência da terceira idade, exigia a liderança de alguém que controlasse financeira e socialmente, incluindo os recursos humanos e calhou-me a mim”.

Embora a valência de lar tenha sido adiada, continua a ser uma necessidade para a freguesia de Navais: “Na altura que estávamos com o projecto da construção desta Creche e Jardim de Infância, onde foram investidos um milhão e 370 mil euros, com uma participação púbica de 540 mil euros e um trabalho extremamente dinâmico da direcção na angariação de fundos, ainda apresentamos candidatura para a terceira idade, mas tivemos que equacionar os investimentos. Depois veio os apoios da autarquia e das candidaturas que alavancamos, mas também da população, que permitiu erguer a obra que hoje temos. Tenho muito orgulho no trabalho que aqui foi feito. O projecto da terceira idade que se mantem em termos de área de implantação, que nos falta erguer, era e continua a ser de 30 utentes em Lar, 24 em serviço de apoio domiciliário e 20 utentes em Centro de Dia. Nós já temos mais de 200 mil euros gastos porque na altura demos início à cave que está totalmente construída e os pilares estão lá para dar seguimento. É uma valência que faz muita falta, porque Navais é uma das freguesias mais envelhecidas do concelho”.

Jorge Barreirinho revela os números das três valências do Centro Social: “Temos Creche com capacidade para 29 crianças, 9 em berçário, 12 de um ano e 18 de dois anos. Depois no Pré-escolar temos capacidade para 50 crianças, com salas de 3,4 e 5 anos de idade e um centro de estudo ATL que neste momento tem 35 crianças. Nós prestamos não só a essência do serviço para as crianças que cá andaram ou cá estão, mas também a quem nos procura. A alimentação é um dos pilares da instituição e as pessoas acabam por valorizar significativamente a qualidade do serviço. Nos recursos humanos temos 22 pessoas, com vínculo e de apoio. Às 07h30 abrimos os três pisos e às 19h00 fechamos. Temos ainda um horário suplementar para os pais que terminam o trabalho às 19h00, que pode ir até 30 ou 45 minutos”.

E acrescenta: “Temos mais procura que a nossa capacidade de oferta. Temos crianças que vem de Touguinha, Árvore, Vila do Conde, Povoa de Varzim ou de Apúlia e Esposende. A nossa taxa de dependência de crianças de Navais é de 21%. Isto dá-nos muita dimensão. Procuram-nos pela qualidade do serviço que prestamos”.

As voltas que o mundo deu em tempo de pandemia transformaram a realidade num pandemónio, como explicou Jorge Barreirinho: “Encerramos tudo no dia 16 de Março e aí por causa da pandemia, efectivamente foi o pandemónio, porque faltavam muitas orientações, houve coisas que falharam. Em termos de exigência de cuidados internos, como temos certificação de qualidade e planos de higienização, houve um reforço de cuidados, mas muitas das medidas que hoje em dia são exigidas já as implementamos antes. O pandemónio continuou porque em termos de orientação governamental a creche era para abrir no dia 18 de Maio e fizemos os testes de rastreamento três dias antes, mas os resultados só foram revelados no dia 22 de Maio. Uma semana à espera de resultados causou alguma turbulência para os pais porque tínhamos assumido a data oficial, em termos de creche. Curiosamente, neste momento é onde temos maior taxa de ocupação. Mas, estamos preparados para funcionar em pleno em todas as valências”.

A Direcção-Geral da Saúde recomenda aos pais para deixarem as crianças o tempo manifestamente necessário, porque quanto maior for o grupo maior é o risco de contágio: “O plano de contingência está bem estruturado e elaborado. Fizemos várias formações internas para lidarmos com esta pandemia, sabendo que cada dia é um dia diferente. Mas, recordo que por muitos cuidados que tenhamos se em casa não fizerem o mesmo o risco é maior. Nós orientamos as entregas por uma porta e o Jardim de Infância é feito por outra porta. Denominamos como áreas sujas os pontos de encontro. Anteriormente, a filosofia que tínhamos, permitia que os pais deixassem os pertences no cacifo e entregassem a criança directamente na sala. Com a pandemia da Covid-19 tivemos que inverter completamente. Há medição de temperatura, troca de sapatos, as crianças tem uma mochila cá dentro e os pais usam outra para transportar os pertences até aqui. Depois faz-se a troca. Nós trabalhamos em área limpa. Há todo o cuidado com a desinfecção, divisões de grupos, lanche e almoços com menos crianças. Fazemos todo o cuidado no uso de máscaras e roupa só para andar cá dentro. As crianças reagem muito bem às indicações de segurança e até se tornam educadores. Os pais contam-nos que o filho lhes diz como é que eles devem comportar-se perante a pandemia”.

Para Jorge Barreirinho ser educador ou professor é das profissões mais nobres do mundo, “porque estão a construir os homens e as mulheres de amanhã. Em termos de recursos humanos, o reconhecimento da qualidade do nosso serviço, a notoriedade da instituição, estamos certificados desde outubro de 2013, faz-nos sentir orgulhosos e ainda mais, quando nos dizem que somos uma instituição modelo para quem nos visita e vem certificar de que está tudo dentro das exigências da lei. Quem escolheu trabalhar connosco, quem trabalha com gosto, e que quer cuidar dos filhos dos outros, tudo junto, resulta num trabalho brilhante. Estamos em Julho e já temos quem nos pergunte se temos lugar para o seu filho em Setembro”.

 

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