O Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) promoveu, no dia 3 de Fevereiro, o VI Seminário "“50 anos de Abril na Educação”.
O evento que decorreu no São Félix Hotel contou a com a presença de Luís Diamantino, Vice-Presidente e Vereador da Educação da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim; Ilda Figueiredo, política e autora do livro “Educar para a Cidadania”; Alexandre Ventura, professor universitário e ex-secretário de Estado da Educação; Paulo Guinote, docente e autor de “A educação do meu umbigo – Um livro que incomoda ministros e mobiliza professores”; Manuel Pereira, Presidente da Associação Nacional de Directores Escolares, e Rosa Sá, Vice-Presidente do SIPE.
A moderação do debate foi feita por Júlia Azevedo, Presidente do SIPE, que explicou que a iniciativa “é sobre o poder da educação na transformação social em 50 anos de liberdade. Esta é uma acção que aborda a História e o futuro da educação em Portugal”.
Com base no tema do seminário, o Vereador da Educação frisou que “o 25 de Abril abriu as portas da universidade, não só a mim, como a muitos outros”. No entanto, os tempos que a carreira docente vive actualmente, são mais conturbados: “agora, a missão de professor está completamente posta de lado. O professor, infelizmente, já não é respeitado nem tido como uma referência como outrora”.
Ilda Figueiredo salientou a superação das desigualdades através da Escola Pública, Avanços e recuos ao longo destes 50 anos. Citou alguns artigos relativos ao direito, à educação e alertou para a necessidade de cumprir a Constituição. Alertou para as grandes conquistas e valores de abril e para a riqueza da diversidade. Salientou também a importância da participação dos professores na educação de valores fundamentais tais como solidariedade, cooperação, educação para a paz.
Por sua vez, Rosa Sá destacou a importância das políticas de abril para a democratização do ensino e da autonomia docente, “os especialistas em Educação são os Professores e Educadores, e a democratização da Escola Pública só é possível com a valorização destes profissionais”.
Paulo Guinote fez uma comparação em sentido lato da escola antes e pós 25 de abril. Salientou as grandes conquistas e a memória das coisas no plural, “as nossas memórias são de todas as cores e as nossas conquistas são comemoradas no plural”.
Chamado a intervir, Alexandre Ventura lançou desafios para a reflexão de propósitos no domínio profissional aos docentes, com o objectivo de superar “a predisposição para a insatisfação docente, a favor de um bem maior”. E enfatizou a necessidade de “uma reflexão, de concretizações e desafios futuros na educação."
Em representação da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), o director Carlos Louro, destacou a valorização da Escola Pública realçando “a importância das políticas sociais implementadas em simultâneo com as políticas educativas”. Mas, também “a importância do papel da Escola na formação dos jovens” garantindo a correcção das desigualdades.
Fotos: JCM/CMPV