Voz da Póvoa
 
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O Vice-Campeão Mundial de Bodyboard é Poveiro

O Vice-Campeão Mundial de Bodyboard é Poveiro

Desporto | 20 Novembro 2021

Esteve muito perto do título, mas não deixou de fazer história ao conseguir um brilhante segundo lugar no Mundial Júnior de Bodyboard sub-18, que decorreu durante duas semanas, no Gran Canaria Frontón King, ilha espanhola.

Recordamos que o atleta do Clube Naval Povoense venceu na meia-final o espanhol David Perez. Numa sequência de quatro vitórias consecutivas perdeu apenas a final disputada no dia 6 de Novembro, para o espanhol Luis Tausia.

Joel Rodrigues António Nunes Rodrigues nasceu em 2004, na Póvoa de Varzim, frequenta o 12º ano e pratica Bodyboard desde os 9 anos, vestindo a camisola do centenário Clube Naval Povoense.

“O meu tio tinha uma escola de Bodyboard, um dia convenceu-me a experimentar e nunca mais desliguei. O mar nunca me meteu medo, sempre gostei de me meter água dentro. Um ano depois, quis experimentar a competição e decidi entrar para o clube. Os dois primeiros anos a competir pela Naval trouxeram conquistas e responsabilidade e o meu empenho acabou por resultar em títulos. O espírito de competição a adrenalina e a ambição de querer sempre mais vão construindo o atleta”, revela Joel Rodrigues.
 
O mar da Póvoa é um bom lugar para treinar: “Existem outras praias que oferecem melhores condições. No entanto, a onda na Póvoa é mais exigente e faz-nos crescer como atletas. É um bom mar para treinar e tento fazê-lo todos os dias, mas nem sempre o mar se oferece como desejamos. Uma tempestade não convém e um mar sem ondas também não. Tenho conseguido conciliar os estudos com o desporto, mas tenho que reconhecer que os meus pais têm sido essenciais neste meu percurso. Estão sempre presentes e sem eles não teria conseguido chegar aos títulos. Naturalmente, tenho tido também uma grande ajuda do Clube Naval que possibilitou entrar nesta competição onde fui vice-campeão mundial, e conto ainda com a preciosa ajuda de alguns patrocinadores. Competir tem os seus custos de deslocação, alojamento e a participação tem um custo de inscrição”.

Para Joel Rodrigues, o sonho não está completo com o lugar de vice-campeão: “Para o ano espero vencer porque ainda posso competir nos sub-18. No ano passado já queria participar nesta prova, mas não foi possível devido à pandemia. Competir é importante porque conhecemos novas pessoas e vamos trocando experiências. Treino continuamente com o objectivo de conquistar sempre mais, mas nas competições há muitos factores que nos podem fazer ganhar ou perder uma prova. Neste desporto nem sempre ganha o melhor e temos que contar com um pouco de sorte. É preciso acertar na melhor onda, nunca sabemos se atrás vem melhor, há sempre aquela dúvida”.

E explica: “Cada prova tem 20 minutos, normalmente são três concorrentes e conta as duas melhores ondas, quem somar o máximo de pontos vence a prova. As provas são feitas por eliminatórias, oitavos, quartos, meia-final e final”.

Joel Rodrigues revela que experimentou o Surf antes que o Bodyboard, “mas gostei mais do último porque tem mais manobras radicais. Digamos que o surf é mais complicado na iniciação porque temos que nos manter de pé, mas o Bodyboard sendo mais fácil começar, complica-se com a prática. Ou seja, é mais exigente. Faço por vezes surf, mas para exercitar movimentos. Em terra faço alguns exercícios físicos e naturalmente uma boa alimentação”.

No futuro, o atleta do CNP promete: “Quero lutar pelo título mundial, ser campeão nacional de sub-18 e de sénior. Logo que sejam reactivados os campeonatos da Europa, quero lutar por esse título. Nesta modalidade para se participar no Europeu ou no Mundial não é exigido ao atleta ser campeão nacional. Se um dia a modalidade for olímpica acredito que os apoios vão crescer assim como as oportunidades”.

Joel Rodrigues explica a importância de um treinador numa conquista: “Antes das provas em que vou entrar sigo sempre os conselhos do meu treinador, lutamos pelo mesmo objectivo. Antes de entrar para uma prova olho sempre para o mar para tentar perceber se estão a entrar muitas ondas seguidas que oferecem melhores oportunidades, digamos que o objectivo é alinhar uma estratégia. Temos que saber aproveitar ao máximo uma onda para pontuar. Depois no mar há sempre uma indicação ou outra, uma onda que devo aproveitar ou não”.

E conclui: “É um grande orgulho para mim representar o grandioso Clube Naval Povoense e só tenho a agradecer as oportunidades que me deram para crescer aqui como atleta. Quando ganhamos títulos, despertamos a curiosidade nos outros de experimentar. Espero ver esta comunidade de atletas de Bodyboard aumentar, os últimos anos são bem prova disso e há cada vez mais praticantes”.

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