Voz da Póvoa
 
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ADC de Balasar Quer ser Uma Referência na Formação

ADC de Balasar Quer ser Uma Referência na Formação

Desporto | 2 Junho 2021

O futebol já se praticava na freguesia, desde o tempo das bolas de trapo, mas a 3 de Novembro de 1986, um grupo de pessoas quis oficializar a prática desportiva e fundou a Associação Desportiva e Cultural de Balasar. O clube antes da Pandemia tinha cerca de 200 atletas, nos vários escalões de formação. Actualmente, mantém em actividade, uma equipa de Juvenis, outra de Juniores e a equipa sénior, que disputa o campeonato da Divisão de Honra, da Associação de Futebol do Porto. O seu actual Presidente é José Martins Cancela, natural de Balasar.

“O que me motiva a continuar à frente dos destinos da ADC de Balasar é a paixão pela minha terra, pelo desporto, pelo convívio com as pessoas, tudo nos motiva e aproxima. Quando gostamos da nossa terra e nos envolvemos nas suas motivações, temos que estar preparados para quando a associação precisa de nós. Acompanhava o Inter-freguesias e fui-me envolvendo na Associação. É também uma forma de nos sentirmos úteis à sociedade. Temos que fazer pela freguesia e pelos jovens”, explica.

A associação reabriu as portas à prática do futebol, um ano depois de uma forçada paragem devido à pandemia, recorda José Cancela: “Penso que fomos todos atingidos. Naturalmente, o desporto pela sua particularidade teve mesmo que interromper a sua actividade. Tivemos que nos proteger e acatar as ordens de quem estava melhor informado. Aquilo que temos feito agora, que voltamos a competir, foi cumprir escrupulosamente as regras da Direcção-Geral da Saúde”.
 
E acrescenta: “A Federação facilitou alguns testes, mas temos que suportar grande parte dos que fazemos 72 horas antes dos jogos, seja nos seniores, juniores ou juvenis. Os testes são feitos por uma enfermeira que se desloca ao nosso Complexo Desportivo. Ou seja, temos um conjunto de despesas e nenhuma receita. Valemo-nos da boa vontade de alguns patrocinadores. Quem está longe da vista está longe do coração e como não podemos ter público, temos apenas as quotas dos sócios e os patrocinadores. Não há bar nem bilheteira. Tivemos um grande apoio da autarquia, que esteve sempre do lado da Associação, tal como a Junta de Freguesia”.

Para José Cancela a construção do Complexo Desportivo de Balasar foi a melhor prenda que a associação recebeu: “A Junta adquiriu os terrenos e a Câmara fez uma obra notável. Temos que reconhecer a entrega do Presidente da Junta, José Araújo, que olha para o desporto com uma visão de futuro e tem apoiado muito o clube. A Associação através de um protocolo passou a ser responsável pela manutenção do campo e de todas as instalações. Temos que zelar pelo bom funcionamento. Agora, queremos criar aqui uma escola de futebol de referência. Para nós, que trabalhamos por carolice, estamos sempre prontos a ajudar o clube, muitas vezes com prejuízo para a família, mas é importante desenvolver este trabalho sabendo que temos na retaguarda a Autarquia e a Junta de Freguesia”.

Os sonhos não têm limite mas o caminho faz-se caminhando: “Queremos voltar aos números de um passado recente, quando tínhamos mais de 200 atletas a treinar. Agora, temos condições excelentes e penso mesmo que acabaremos por superar esses números, quer de miúdos, quer de técnicos e massagistas, com a criação de uma escola que quer ser uma referência na formação. Neste momento, já colocamos três equipas a treinar ao mesmo tempo. O que nos move é sermos uma Associação direccionada para a formação de jovens, sem esquecer a equipa sénior que está na Divisão de Honra. Regressámos à competição, integrados num torneio, onde se tivéssemos condições podíamos lutar pela subida. Quisemos participar porque é preciso dar vida ao clube. Temos que voltar a ter aqui os miúdos para os motivar. Temos que acreditar e começar a viver a vida de uma forma consciente”.

José Cancela reconhece que é importante ter várias equipas federadas: “Sempre quisemos federar as equipas da formação para evitar saídas para clubes grandes sem qualquer contrapartida, como aconteceu com o jovem João Ferreira que veste há alguns anos as cores do Benfica. O futuro passa por criar receitas na formação. Podemos estar a trabalhar 10 anos e não aparecer nenhum craque, mas de repente pode acontecer e isso em termos financeiros e desportivos ajudará o investimento feito na formação. É com essa visão que temos que projectar o futuro da Associação”.

E acrescenta: “Os miúdos acabarão por pagar uma quota de sócio e uma mensalidade que ajudará a Associação a poder trabalhar o seu futuro. Temos dois campos de futebol, um de 7 e outro de 11, com relvados sintéticos. Temos todas as condições de aprendizagem, com técnicos competentes. Neste momento, temos um protocolo com o Varzim para os Tarrotes treinarem. Podemos fazer torneios de Verão, com apoio de um Bar, que passará a funcionar logo que seja possível receber pessoas. É importante criar receitas para a sustentabilidade da Associação”.

Em Balasar há muita gente apaixonada pelo futebol, e para José Cancela é uma motivação extra para lutar por outros objectivos: “Estamos na Divisão de Honra, mas gostaríamos de subir à Divisão de Elite – Pró-Nacional da AF do Porto ou ao campeonato Nacional de Seniores. Nunca escondi esse sonho, sei que acarretava outras despesas, mas também outras receitas. Não podemos é dar um passo maior que a perna, mas agora temos infraestruturas e todas as condições de trabalho. Neste momento, temos várias equipas federadas, mas podemos sempre criar outras equipas para participar no Inter-freguesias, onde os miúdos podem rodar e se tiverem qualidade podem defender as cores do Balasar num escalão federado. É aqui que os jovens têm que evoluir para depois se quiserem, voar”.

O presidente, que deverá renovar o mandato em breve, não esquece que a Associação para além de ser desportiva também é cultural: “Nos últimos anos, com a grande entrega e motivação do Gabriel, que integra a direcção, foi criado um grupo para cantar as Janeiras, tradição que foi bem recebida na freguesia. Ao nível desportivo, podem também aparecer em breve outras modalidades, como o BTT ou o atletismo”.

Por: José Peixoto

 

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