Pois é, no momento em que eu pensava que já havia rido muito por um dia, fui para a cozinha preparar o almoço e escutei a voz vinda do quarto da guria:
“— Huahahá, eu sou uma supervilã muito, muito má! E vou destruir tudo e acabar com todos vocês!!!”
Nisso ela irrompe pela cozinha adentro rumo ao frigorífico e continua:
“— E eu vou começar por levar todos esses ímãs de frigorífico para a minha base super secreta!...”
Então eu respirei muito profundamente e, de costas para ela (numa tentativa de parecer séria o suficiente para ser respeitada e ao mesmo tempo não cair de costas a gargalhar) e usando o bom e velho gauchês, eu disse, num tom que misturava divertimento, ordem e um pouquinho de preocupação:
“— Oh, supervilã, acho bom tu arrumares todos esses ímãs no lugar, senão a supermamã vai te “bordar o rabo a laço”!!!”
Nada como perpetuar a tradição.
Texto: Maria Beck Pombo / Ilustração: Karoline Tonet Diehl